João Pessoa continua possuindo a segunda cesta básica mais barata entre as 17 capitais onde o DIEESE realiza a pesquisa mensal. Com um valor de R$ 212,18 a cesta pessoense está atrás apenas do custo registrado em Aracaju (R$ 187,88).
Neste mês, dos 12 produtos registrados pela pesquisa em João Pessoa, 9 apresentaram alta: feijão (16,4%), tomate (14,29%), banana (6,15%), manteiga (3,51%), farinha (2,54%), carne (2,31%), café (2,23%), pão (0,49%) e óleo de soja (0,31%). Quanto aos produtos que apresentaram redução, tem-se que apenas o açúcar (-3,61%), leite (-1,75%) e arroz (-1,26%) reduziram seus preços.
Alimentação básica da família pessoense custa R$ 636,54
Em João Pessoa, o custo da cesta básica, para o sustento de uma mesma família durante um mês, conforme cálculo adotado pelo DIEESE, foi de R$ 636,54 no mês de janeiro, o equivalente a aproximadamente 1,02 vezes o salário mínimo bruto de R$ 622,00. Vale destacar, que este cálculo toma por base uma família composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem o mesmo que 1 adulto.
Comprometimento do Salário Mínimo com a Cesta Básica em João Pessoa é de 37,08%
Com o aumento de 14,13% no valor do salário mínimo a partir de janeiro, para comprar os gêneros alimentícios essenciais, o trabalhador pessoense que ganha salário mínimo precisou realizar 75 horas e 03 minutos de trabalho, cerca de 7 horas a menos do que em dezembro de 2011, quando a jornada chegava a 82 horas e 26 minutos. Em janeiro de 2011, o salário mínimo correspondia a R$ 540,00, e a mesma aquisição comprometia 81 horas e 34 minutos.
Quando a comparação é feita com o salário mínimo líquido (após o desconto da parcela correspondente à Previdência), o resultado é semelhante. Em janeiro, o custo médio da cesta representou 37,08% do mínimo líquido, já o de dezembro ficou em 40,73%.
Salário Mínimo Necessário: R$ 2.398,82
Com o valor da cesta apurado na capital com o maior custo para os produtos básicos – que em janeiro, mais uma vez, foi São Paulo – o DIEESE estima mensalmente qual deveria ser salário mínimo necessário, levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Em janeiro, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.398,82, ou seja, 3,86 vezes o mínimo em vigor de R$ 622,00. Em dezembro o mínimo era estimado em R$ 2.329,35, que equivalia a 4,27 vezes o mínimo então vigente, de R$ 545,00. Em janeiro de 2011, quando o menor salário pago no país era R$ 540,00, o mínimo necessário foi estimado em R$ 2.194,76.
Comportamento dos preços nas capitais
Os preços dos itens essenciais tiveram alta bastante generalizada em janeiro, devido à ocorrência de chuvas intensas em boa parte do país, particularmente no Sudeste, que além de afetar a produção, destruíram trechos de estradas e pontes, dificultando o escoamento dos produtos. Além disso, a região Sul passou por período de prolongada seca, que provocou quebra na produção de grãos. Assim, o fator climático tem sido o principal responsável pela alta nos alimentos básicos. Em sentido inverso, a crise na Europa pode ter contribuído para o comportamento dos preços, pois os produtos normalmente exportados para a região tendem a cair, por redução do mercado.
Em janeiro, o feijão ficou mais caro em 15 capitais, com destaque para Goiânia (27,49%), Recife (22,92%), São Paulo (22,78%) e Fortaleza (22,57%). Em Florianópolis registrou-se a única queda (-2,43%) e em Porto Alegre não ocorreu alteração. Doze capitais apresentaram elevação em comparação com janeiro de 2011, algumas muito expressivas como se verificou em Goiânia (43,37%), São Paulo (42,90%), Belo Horizonte (40,23%) e Recife (38,37%). Em cinco cidades, porém, o preço do feijão caiu, como ocorreu em Florianópolis (-10,61%) e Salvador (-6,11%).
Catorze localidades apresentaram aumento no tomate – produto cujo preço é sujeito a oscilações, pois é sensível às alterações climáticas – com as variações mais significativas apuradas em Florianópolis (37,11%), Goiânia (25,60%) e Rio de Janeiro (24,23%). Houve estabilidade em Fortaleza e queda no preço em Porto Alegre (-5,88%) e Vitória (-10,86%). Frente aos dados de janeiro do ano passado, 11 cidades tiveram alta e seis queda nos preços. Os aumentos mais expressivos deram-se na região Sul: Florianópolis (46,25%), Curitiba (38,07%) e Porto Alegre (35,02%). Os preços recuaram principalmente em capitais do Nordeste, com destaque para Natal (-34,31%) e Fortaleza (-20,79%).
Das 13 localidades onde houve alta do café, em janeiro, as maiores foram anotadas em Brasília (11,28%) e Vitória (5,60%). Em Manaus o preço não teve alteração e retrações ocorreram em Florianópolis (-3,26%), Goiânia (-2,91%) e Belo Horizonte (-1,20%). Em 12 meses, o produto subiu em todas as capitais pesquisadas. Os aumentos mais expressivos foram apurados em Belo Horizonte (37,27%), Recife (31,74%) e Curitiba (31,29%). Apenas em Aracaju (3,77%) a variação foi inferior a 10%.
Em janeiro, o arroz subiu em 11 cidades, com destaque para Brasília (9,20%) e Aracaju (6,58%). Não foi observada alteração em Porto Alegre e em cinco localidades o preço caiu, em particular, em Belo Horizonte (-1,06%), João Pessoa (-1,26%) e Goiânia (-1,66%). Nos últimos 12 meses, o arroz ficou mais barato em 10 localidades, em especial em Natal (-9,94%), Manaus (-8,07%), Salvador (-5,56%) e João Pessoa (-5,01%). Variações nulas ocorreram em Belo Horizonte e Vitória.
Dez capitais registraram alta no preço do pão, as mais expressivas apuradas em Fortaleza (2,96%), Vitória (2,80%), Curitiba (2,79%) e Rio de Janeiro (2,51%). Houve estabilidade em Belém, Manaus e São Paulo e das quatro capitais onde o preço caiu, o destaque foi Porto Alegre (-5,97%). Em 12 meses, houve pequena redução em Brasília (-0,31%), estabilidade em Porto Alegre e Belém e, das 14 cidades com elevação no preço do pão, as maiores foram apuradas em Recife (9,98%) e Vitória (9,43%).
Pesquisada nas nove capitais do Centro-Sul, a batata ficou mais cara em oito, especialmente no Rio de Janeiro (17,05%) e Vitória (15,20%). Houve retração em Porto Alegre (-4,76%). Em comparação com janeiro de 2011, quatro capitais registraram queda, com destaque para Brasília (-29,29%). Das cinco localidades com alta, a mais expressiva ocorreu no Rio de Janeiro (17,05%).
O açúcar destacou-se como o produto que apresentou, em janeiro, predomínio de retração nos preços, comportamento apurado em 13 capitais, em especial em Goiânia (-8,51%), Curitiba (-5,58%), Vitória (-4,79%) e Rio de Janeiro (-4,65%). As elevações – anotadas em quatro regiões – foram moderadas, como ocorreu em Curitiba (1,98%) e Natal (1,48%). Doze capitais tiveram redução em relação a janeiro do ano passado, com destaque para Goiânia (-15,69%), Vitória (-12,25%) e João Pessoa (-11,79%). Em cinco cidades houve alta, mas apenas em Aracaju (20,09%) o aumento foi expressivo.
O preço do óleo de soja não teve comportamento predominante, quando comparado com dezembro. Em doze meses, porém, o produto ficou mais caro em 16 capitais, com taxas mais significativas registradas em Aracaju (16,03%), Salvador (12,50%) e Rio de Janeiro (8,31%) e apenas em Florianópolis houve redução de 3,50%.
Fonte: DIEESE