Categoria continua mobilizada, protestando contra propostas rebaixadas e redução de direitos – As paralisações parciais, com retardamento da abertura do expediente ao público, continuam nesta quinta-feira (23), nas agências bancárias da Av. Epitácio Pessoa. As atividades acontecem no mesmo dia da retomada das negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e são uma demonstração do descontentamento de bancárias e bancários com as propostas insuficientes e com redução de direitos até então apresentadas pelos bancos.
Mesmo depois de ter lucrado R$ 77,4 bilhões em 2017, crescimento de 33,5% em relação a 2016 e de ter tido um primeiro semestre de 2018 com lucros recordes, que somam R$ 42 bilhões, 18% a mais do que o obtido no mesmo período de 2017, os cinco maiores bancos do país (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander), que dominam a mesa de negociações da Fenaban, insistiram em uma proposta de reajuste com aumento real de apenas 0,5%, além de alterações e exclusões de diversas cláusulas da atual Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, que leva a cortes de direitos dos trabalhadores, como o pagamento proporcional, e não mais integral, da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) das bancárias em licença-maternidade e de afastados por doença ou acidente quando do retorno.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves, que integra o Comando Nacional, reforça a necessidade da mobilização da categoria como forma de mostrar que bancárias e bancários não brincam com assunto sério. Até porque, os bancos têm lucrado e muito. E, se outros segmentos da economia deram reajustes com aumento real, os bancos têm condições de atender às nossas reivindicações.
“Este ano, nossa campanha foi antecipada para que os bancos pudessem analisar nossa pauta de reivindicações em tempo hábil, de forma a encerrarmos o processo negocial até 31 de agosto, quando expira a vigência de nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Infelizmente, os banqueiros agiram com a mesma ganância, mesquinhez e a prepotência de sempre, não apresentando até agora uma proposta decente ou pelo menos discutível. Ante o desrespeito e a provocação, a categoria já disse que não aceita nenhum direito a menos. Caso os bancos não apresentem uma proposta global aceitável, bancárias e bancários serão empurrados para a greve. Até porque, outros setores menos lucrativos da economia deram reajustes maiores do que os bancos estão nos oferecendo. Por isso que estamos nessa luta, que é de todos nós; Todos por Tudo!”, concluiu Marcelo Alves.