O governo desconfia que os bancos aumentaram suas tarifas depois que foram obrigados a reduzir os spreads bancários. Mesmo reconhecendo que o BB não fez isso – as tarifas foram aumentadas em janeiro, antes do início da queda dos spreads -, o Ministério da Fazenda acredita que o movimento do BB obrigará os bancos privados a seguir o mesmo caminho, uma vez que o banco estatal passará a oferecer vantagens, em termos de custos, para seus clientes.
Um exemplo de tarifa reajustada pelo Banco do Brasil em janeiro foi a dos saques em caixas eletrônicos. O preço subiu 12,5%. De 2008 até hoje, essa tarifa aumentou 21%, abaixo da inflação acumulada no período, de 31,08%, de acordo com o IPCA.
"O BB não estava cometendo um pecado capital [ao elevar as tarifas]. Estava fazendo uma correção e praticamente usou a inflação. Mas, mesmo assim, deixar acumular e soltar de uma vez dá reajustes de mais de 20%. O momento não é adequado para fazer isso. Por essa razão o banco vai reverter os aumentos", informou um auxiliar da presidente Dilma Rousseff – foi ela quem começou a falar publicamente sobre a necessidade de corte das tarifas.
O Ministério da Fazenda está preparando um levantamento sobre o comportamento das tarifas nos outros bancos. O plano é obrigar as instituições a dar maior visibilidade aos valores nas agências bancárias, informando os clientes sobre os reajustes. Procurado pelo Valor, o Banco do Brasil não quis se pronunciar.
Fonte: Valor Econômico / Cristiano Romero