Crédito: GERARDO LAZZARI/SEEBSP
Presidente do Santander Brasil recebeu bancários
Participaram da reunião o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e a presidenta e a diretora de finanças do Sindicato, Juvandia Moreira e Rita Berlofa, respectivamente.
"Manifestamos a grande preocupação com o emprego dos 55 mil funcionários do banco e expressamos a necessidade de diálogo permanente com as entidades sindicais sobre a situação do banco e as medidas de gestão que envolvam os trabalhadores", afirma Cordeiro.
Portela reiterou que "o banco não está à venda", repetindo declarações já feitas à imprensa. Ele também explicou que o Santander não precisará utilizar o resgate financeiro disponibilizado pela União Europeia para os bancos espanhóis. "Ele manifestou ainda disposição de continuar dialogando com o movimento sindical sempre que necessário", diz o presidente da Contraf-CUT.
Pelo banco, além de Portela, estiveram presentes a vice-presidente de Recursos Humanos, Lilian Guimarães, e o superintendente e a assessora de Relações Sindicais, Jerônimo dos Anjos e Fabiana Ribeiro, respectivamente.
Concentração bancária
Os dirigentes sindicais também demonstraram preocupação com o processo de concentração bancária no Brasil. "Nos últimos anos, circularam muitos boatos sobre fusões de bancos, sendo que alguns viraram realidade, como o Santander e o Real, e o Itaú e o Unibanco, enquanto outros não se concretizaram, como a venda do HSBC", destaca o presidente da Contraf-CUT.
O Brasil é hoje um dos países com maior concentração do sistema financeiro. "Atualmente os seis maiores bancos detêm 81% dos ativos e 83% das operações de crédito, sendo que em 1999 os então seis maiores bancos detinham 59% dos ativos e 50% das operações de crédito", explica o dirigente sindical.
Para Cordeiro, "o resultado desse processo de fusões foi bom somente para os bancos, pois eles aumentaram as taxas de juros e as tarifas bancárias, e turbinaram os lucros, enquanto milhares de empregos foram fechados, prejudicando os trabalhadores e o atendimento da população". O dirigente sindical lembra que somente a fusão do Itaú e Unibanco representou o corte de 7.728 postos de trabalho entre março de 2011 e março de 2012.
A Contraf-CUT já pediu audiências ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Banco Central para discutir o problema da concentração bancária. "Além disso, estamos tomando outras iniciativas, como a discussão junto ao governo federal para a convocação de uma conferência nacional sobre o sistema financeiro", destaca Cordeiro.
"Não podemos permitir um novo processo de fusão/aquisição gere novos danos para a sociedade brasileira, principalmente no momento em que existe enorme necessidade de que o setor financeiro contribua definitivamente para o desenvolvimento econômico com distribuição de renda e justiça social", salienta o presidente da Contraf-CUT.
Venda responsável de produtos
Os dirigentes sindicais defenderam a assinatura de uma declaração conjunta com o Santander que garanta a venda responsável de produtos financeiros, a exemplo do instrumento firmado com o Comitê de Empresa Europeu e válido para todos os países da zona do euro onde o banco atua.
A reivindicação dos bancários está sendo discutida atualmente nas negociações com o banco para a renovação do acordo aditivo à convenção coletiva dos bancários. Portela ficou de analisar a proposta.
Fonte: Contraf-CUT