O Sindicato dos Bancários da Paraíba realizou na última sexta-feira (13), a Posse dos Delegados Sindicais e uma ‘Roda de Conversa’ com o sociólogo Emir Sader. Ambas as atividades foram realizadas no auditório da entidade e contou com a participação de bancários, movimento sociais e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PB). O sociólogo fez uma análise de conjuntura sobre o tema central ‘Brasil do Século XXI’, onde apresentou um panorama de transformações políticas e sociais pelas quais o país passou, destacando o desenvolvimento que o Brasil conseguiu em governos sociais como Lula e Dilma, alertou sobre os retrocessos impostos pelo governo ultraliberal de Bolsonaro e traçou perspectivas para o fortalecimento da luta em defesa dos bancos públicos e na resistência ao modelo retrógrado de gestão pelo qual o país passa.
“É um governo que está destruindo o patrimônio público do país, desde bancos públicos a demais empresas. Ele está destruindo os direitos dos trabalhadores e as políticas sociais, que tinham feito do Brasil um país muito melhor e com pleno emprego. Então, o enfrentamento tem que ser muito direto para evitar o aprofundamento das demais destruições que estão por vir”, alertando para a necessidade de a categoria bancária estar atenta ao seu papel enquanto agente dessa luta contra todos esses ataques.
Em meio às perspectivas, Emir destacou que o sentimento de pertencimento da categoria à classe trabalhadora deve ser sempre maior do que qualquer outro, principalmente em momentos adversos como esse, em que se faz ainda mais importante o reconhecimento da luta empregada pelos Sindicatos em defesa de toda a categoria. “Esse governo está muito mais fraco agora do que no início do ano e nós estamos ainda mais fortalecidos. Temos que intensificar a luta, sobretudo ganhar os setores bancários daqueles que entraram recentemente sem consciência da função específica dos bancos para o país e a nação, mostrando que agora não é só a questão dos bancos públicos, mas sim do próprio emprego deles que está em risco. Então, esse é o momento de ajudá-los a tomar consciência da importância que possui ao defender o fortalecimento de sua própria categoria profissional, uma vez que passam a defender também todas as demais pautas existentes”, explicou.
Para ele, ainda existe muito o que superar dentro do ambiente bancário, principalmente na construção de uma consciência coletiva acerca da urgente importância de se alertar para os ricos que a própria categoria corre em meio a um governo ultraliberal. Emir disse que se faz necessário o despertar de um pensamento crítico sobre esse cenário para que se possa fazer o enfrentamento necessário em defesa dos bancos públicos. “Os bancos públicos tem uma função muito diferente dos privados. Os bancos privados são feitos para acumular riquezas, ganhar dinheiro às custas das especulações e endividamento. Os bancos públicos existem para fornecer crédito subsidiado, apoiar políticas sociais. Então um governo que não tem política social, não tem interesse em bancos públicos. Os bancos deles são os privados. Então, a defesa dos bancos públicos é a defesa do emprego dos trabalhadores, a defesa de uma função específica que é circular a economia por meio do crédito e principalmente é a defesa das políticas sociais. Com tudo isso, temos todas as razões do mundo para fazermos da luta em defesa dos bancos públicos, uma das lutas mais importantes para o povo brasileiro ao lado da luta pela educação pública e pela soberania nacional”, esclareceu.
O presidente do Sindicato dos Bancários, Marcelo Alves, avaliou como extremamente importante a análise de conjuntura feita pelo sociólogo Emir Sader para os delegados sindicais, além de destacar o público qualificado que compareceu a ‘Roda de Conversa’ à tarde.
“A conjuntura atual exige muita dedicação tanto dos dirigentes quanto dos delegados sindicais na mobilização da categoria bancária para resistir aos desmandos do governo ultraliberal. Assim como também foi muito importante abrirmos a discussão com os temas abordados pelo mestre Emir Sader para a sociedade e os movimentos sociais e sindical, cujo compromisso com a democracia exigem esforços redobrados nessa resistência. Apesar de contarmos com quase todos os delegados de base, na solenidade de posse simbólica, uma vez que ‘a força que vem da base’ toma posse realmente é no seu dia-a-dia nos locais de trabalho, reforçamos o chamamento para que cada representante dos bancários e das bancárias conscientize cada vez mais nossos colegas de trabalho, pois o Sindicato não é só a sede física e sua diretoria, mas o conjunto da categoria profissional. Portanto, cada bancário e cada bancária em seu local de trabalho deve estar consciente que a responsabilidade pela unidade da categoria e o fortalecimento dessa luta em defesa do emprego, das condições de trabalho, da democracia e da soberania nacional é de todos nós, como bem enfatizou o sociólogo Emir Sader”, concluiu Marcelo Alves.
Fonte: Seeb – PB