Em reunião realizada nesta sexta-feira (7), em São Paulo, onde acontece o Inspira Fenae 2020, dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e integrantes da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa debateram os reflexos da reestruturação na Caixa e a importância de reforçar a mobilização contra as medidas unilaterais que a direção do banco está adotando.

Uma notícia veiculada nesta sexta-feira aumentou ainda mais o clima de apreensão entre os trabalhadores. Segundo a agência Reuters, a direção do banco estuda um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) e fechamento de agências como parte de um pacote de medidas que visa preparar a empresa para venda de ativos.

“Desde que a Caixa anunciou uma nova proposta de reestruturação, o clima entre os empregados é de medo e adoecimento, por conta das informações desencontradas que estão circulando. Isso é um total desrespeito”, enfatizou o secretário de Finanças da Contraf/CUT e vice-presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

As entidades orientam a categoria a realizar atos em todo o país no Dia Nacional de Luta, convocado para 13 de fevereiro, vestindo preto em sinal de protesto, realizando reuniões com os colegas e conversando com a população sobre os riscos do desmonte do banco social do país.

“Nós trabalhadores não concordamos com o que está acontecendo na Caixa e convocamos todos os trabalhadores, a sociedade e o Congresso para barrar esses absurdos”, disse Jair Ferreira, presidente da Fenae. Para o dirigente, é clara a intenção do governo de esvaziar a Caixa e o seu papel social, como banco público indutor do desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Conforme a matéria da Reuters, as mudanças são parte da estratégia para pulverizar a estrutura administrativa e orientá-la para um foco maior na venda de produtos e que essa movimentação ocorre no momento que o banco se prepara para vender ativos como a Caixa Seguridade, cartões, de gestão de recursos e de loterias. O diretor de Comunicação e Imprensa da Fenae, Marcos Aurélio Holanda, que também é do Sindicato dos Bancários do Ceará, criticou o anúncio de um novo PDV: “De 2014 para cá o banco perdeu mais de 20 mil empregados. Uma série de direitos estão ameaçados. É fundamental que estejamos na luta para evitar esse desmonte”, afirmou.