O presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, falou sobre as negociações e a situação dos empregados na live promovida pela Apcef/PE – A categoria bancária terá um grande desafio nos próximos meses, a negociação do acordo coletivo. Na live promovida na última terça-feira (19) pela Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal de Pernambuco (Apcef/PE) e conduzida pelo presidente da entidade, Marconi Apolo, o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto, afirmou que empregados e as entidades precisarão estar unidas para enfrentar as negociações. O papel social da Caixa e os direitos dos trabalhadores também foram temas da Live.
“Vamos ter muito trabalho, mas acreditamos que com união de toda a categoria vamos superar esse momento difícil. Temos que ter consciência que estamos enfrentando um governo totalmente adverso a categoria bancária e aos trabalhadores”, avaliou Takemoto.
O Acordo Coletivo de Trabalho dos empregados da Caixa termina em 31 de agosto de 2020. Até lá, as entidades e o movimento sindical seguem cobrando um posicionamento da Caixa. Segundo Takemoto, o Comando Nacional dos Bancários reivindicou à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para que o acordo fosse prorrogado. Mas a Federação ainda não respondeu.
“Está impossível de fazer mobilização, está impossível fazer discussão. Neste momento estaríamos preparando o nosso Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal), onde iríamos tirar nossas reivindicações, discutir nossos temas e estratégias de negociação e infelizmente, pelo momento, não vai ser possível realizá-lo”, explicou o presidente.
Ainda segundo Takemoto, com o distanciamento social fica mais difícil fazer as discussões de pauta e mesmo a mobilização que a categoria bancária fazia anteriormente. Sem essa etapa fica impossível pressionar o governo e os bancos para conceder as reivindicações.
Entre as renovações do ACT, está o Saúde Caixa. Cerca de dois mil empregados seguem sem o plano de saúde nesse cenário de pandemia da Covid-19. As entidades fizeram uma reivindicação para a inclusão dos trabalhadores pelo menos até a vigência do atual Acordo Coletivo. “Os trabalhadores continuam sem o Saúde Caixa nesse momento gravíssimo onde ter um plano de saúde representa a vida. Infelizmente a Caixa não teve sensibilidade para incluí-los”, afirmou.
As atividades da Fenae
Essa foi a primeira entrevista de Sérgio Takemoto como presidente da Fenae para a Apcef/PE. Questionado sobre as perspectivas como novo presidente da Federação, Takemoto destacou que dará continuidade a todas as ações da Fenae e que todos precisaram se adequar ao novo cenário de distanciamento social.
“Vamos continuar nossa maior luta que é manter a Caixa 100% pública e principalmente, uma Caixa forte, e melhores condições de trabalho para os empregados”, declarou Takemoto.
Os programas e ações da Fenae sofreram algumas modificações com a pandemia como o Talentos que já está com as inscrições abertas ou a Rede do Conhecimento que está com o conteúdo aberto para todos os empregados da Caixa.
Importância dos bancos públicos
A Caixa e bancos públicos têm sido fundamentais durante a crise. Junto com todas as estatais, eles serão essenciais para a retomada da economia do país. Durante a pandemia, a Caixa é a responsável por fazer o pagamento do auxílio emergencial para mais de 50 milhões de pessoas. E os empregados têm trabalhados arduamente para garantir a renda para a população que mais precisa.
“A Caixa teria um papel fundamental para sair da crise que é financiar casas, a construção civil e onde geraria emprego de forma rápida. Mas vemos que o discurso do governo continua sendo de privatização”, avaliou Takemoto.
Para o presidente da Fenae, o Estado é fundamental neste momento e essencial que ele tenha mecanismos de atuação para poder abrandar a instabilidade. “Vender as empresas públicas é poder esse poder de atuação”.
Fonte: Fenae