A decisão, tomada sem qualquer debate com a categoria, desrespeita o acordo coletivo e todas as instâncias de negociação. Fenae e outras entidades já estudam acionar a Justiça para barrar o aumento
Repúdio e indignação! Essa são, sem dúvida, as palavras mais adequadas para expressar a forma como empregados da Caixa Econômica Federal e entidades representativas receberam a notícia dos reajustes do Saúde Caixa. Em comunicado enviado aos trabalhadores no final da tarde de ontem, o banco informou que, em 1º de fevereiro, o valor das mensalidades passará de 2% para 3,46% da remuneração base, que o percentual de coparticipação subirá de 20% para 30% e que o limite de coparticipação anual passará de R$ 2.400 para R$ 4.209,05.
Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, o reajuste é mais um covarde golpe contra os empregados da Caixa. “A decisão foi tomada sem qualquer debate com a categoria. Aliás, é assim que essa gestão liderada por Gilberto Occhi tem agido. Trata-se também de um desrespeito ao acordo coletivo e a todas as instâncias de negociação, como a CEE/Caixa, o GT Saúde Caixa e o Conselho de Usuários do nosso plano de saúde. É uma arbitrariedade, contra a qual as entidades e os trabalhadores não vão se calar”, afirma.
Fabiana Matheus, diretora de Administração e Finanças da Fenae, adianta que a Federação e outras entidades já estudam até a possibilidade de ingressar com ação na Justiça contra o aumento. “O ACT prevê que reajustes no custeio do Saúde Caixa podem ocorrer, desde que a previsão para o exercício seguinte aponte para essa necessidade. Atualmente, porém, esse não é o caso. Diferentemente do que a direção do banco afirma, as projeções atuariais indicam que pelo menos os exercícios de 2017 e 2018 serão superavitários, o que já vem ocorrendo nos últimos anos. Ou seja, esse reajuste é apropriação indébita pela Caixa”, observa.
Ivanilde Moreira, integrante do Conselho de Usuários, esclarece que o assunto não foi tratado na reunião realizada nesta quinta-feira com a Caixa. “Quero deixar bem claro para os usuários que essa mudança não foi aprovada pelo Conselho. Se o tema fosse pautado, seria veementemente rechaçado por nós. Trata-se de uma arbitrariedade da direção do banco, que desrespeita o acordo coletivo da categoria. Vamos lutar contra esse e outros absurdos”, diz.
Manifestações da categoria
Na página do Facebook, assim que a Fenae publicou texto repudiando o aumento, seguidores se manifestaram. “Dizer que não há aumento desde 2004 (alegação da Caixa), só se nossos salários estivessem congelados”. “Meu delta foi para o Saúde Caixa”. “Pelo que sei o plano está superavitário, ano passado falaram até em devolver atrás de benefícios para nós”. “Espero que não se recue em nenhum direito e não se sustente nenhum abuso”. “Não vamos aceitar tal medida sem fundamentação na melhoria dos serviços e na expansão da rede conveniada”. “Verdadeiro golpe”. “Gilberto Occhi é um traidor descarado”.
Fonte: Fenae.