No início deste mês, os empregados da CAIXA que trabalham no home office e são lotados na Centralizadora Nacional de Operações Bancárias (Ceope Recife) foram surpreendidos com a notícia de que retornariam ao trabalho presencial. Cerca de 70% dos empregados da área estão no trabalho remoto e ficaram apreensivos com a mudança.
“Estou trabalhando em casa desde a pandemia e acabei me acostumando. Até tentei voltar ao presencial, mas não deu certo. Em casa, eu produzo bem e ainda posso dar suporte a minha filha. Eu já estava preocupada em ter que alterar a minha rotina”, disse uma empregada de João Pessoa, na Paraíba.
Além da Paraíba, a Ceope Recife tem empregados distribuídos em Pernambuco e Alagoas. O comunicado, feito durante reunião virtual, veio do gerente do setor, Matheus Araújo. “Ninguém esperava por isso, já que os empregados que estão no remoto produzem até melhor do que antes, quando trabalhavam presencialmente”, disse outro empregado.
O Sindicato dos Bancários da Paraíba foi acionado pelos empregados e conseguiu reverter a situação. Algumas pessoas já tinham retornado à unidade, mas voltaram ao home office após a intervenção sindical.
“Por coincidência, quando recebemos essa notícia, Fabiana Uehara, nossa coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados, estava em João Pessoa fazendo campanha para o Conselho de Administração do banco. Imediatamente, ela telefonou para Marconi Placido, diretor executivo da VILOS da CAIXA, que ficou surpreso com a notícia. Minutos depois, ele retornou a ligação e disse que todos os gestores de centralizadora já haviam sido orientados para não convocar ninguém ao trabalho presencial. Ele ressaltou que a empresa é favorável ao home office por entender que é bom tanto para os empregados quanto para o banco. Marconi ressaltou ainda que o trabalho remoto vem demonstrando resultado positivo em relação à performance dos empregados e afirmou que todos os gestores seriam comunicados via e-mail de que não existe orientação alguma da CAIXA no sentido de retorno dos empregados ao presencial.
“Em menos de uma hora conseguimos resolver o problema e os empregados que já haviam voltado ao presencial retornaram para casa após uma reunião de urgência com o gerente do setor. Isso mostra a força das entidades sindicais e a importância de ter uma pessoa como Fabiana à frente da CEE/CAIXA. Ela conhece todo mundo em Brasília e consegue resolver muita coisa dialogando diretamente com os gestores”, disse Silvana Ramalho, secretária-geral do Sindicato dos Bancários da Paraíba.
Os empregados comemoraram e agradeceram a intervenção do sindicato e da CEE/CAIXA. “Quando recebemos a notícia de que não seríamos mais obrigados a retornar ao presencial, foi um alívio. Uma colega chegou a chorar durante a reunião. Até quem não estava no home decidiu ir. Não existe justificativa para mandar as pessoas de volta ao presencial se o trabalho está fluindo bem. Fomos pegos de surpresa, mas no fim das contas deu tudo certo graças à atuação rápida das entidades”, disse um empregado.