A segunda rodada está agendada para os dias 15 e 16, quando serão discutidos os blocos de reivindicações sobre segurança bancária, igualdade de oportunidades e remuneração.
"O sistema financeiro nacional está mais sólido que nunca. Apesar de terem aumentado drasticamente as provisões para devedores duvidosos, destoando da inadimplência real, os três grandes bancos (Bradesco, Itaú e Santander) que divulgaram balanços do primeiro semestre lucraram R$ 16 bilhões, o que demonstra que eles podem atender às nossas reivindicações", destaca o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro.
"O fechamento de postos de trabalho, que estava concentrado no Itaú, começa a se espalhar por todo o sistema e isso é muito preocupante. Nem nos países que passam por uma profunda crise, como a Espanha, estão havendo demissões como no sistema financeiro brasileiro", disse o presidente da Contraf-CUT na entrega da minuta aos banqueiros. Ele também condenou o que chama de "mecanismo perverso da rotatividade" utilizado pelos bancos para dispensar funcionários mais antigos e reduzir a massa salarial da categoria.
"Na economia brasileira como um todo, segundo o Caged, a diferença de valor do salário médio dos trabalhadores contratados e dos desligados é de 7%. No sistema financeiro é de 40%. Isso é inadmissível. Não acontece em nenhum banco na América Latina. Só no Brasil, como a jabuticaba", criticou Cordeiro.
Para ele, é também um fenômeno tipicamente brasileiro a imensa diferença salarial entre os altos executivos e o piso salarial dos bancários. "Aqui essa diferença chega a 210 vezes. Não podemos aceitar essa brutal concentração da riqueza produzida pelos trabalhadores."
Saúde
O coordenador do Comando Nacional também defendeu a necessidade de melhorar as condições de trabalho nos bancos. "Está aumentando o adoecimento da categoria por causa da pressão, das metas abusivas e do assédio moral. É grande o número de bancários que tomam remédio tarja preta. E ainda somos surpreendidos com banco contratando arapongas para vigiar a vida particular de bancários afastados por licença médica. Esperamos que não seja prática do setor, senão a negociação não é séria", assinala Cordeiro.
Principais reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 10,25%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97% nos últimos 12 meses.
> PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
> Piso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38).
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação para graduação e pós-graduação.
> Auxílio-refeição, cesta-alimentação e auxílio creche/babá: R$ 622,00 cada.
> Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e universalização dos serviços bancários.
> Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.
> Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários.
> Mais segurança nas agências e postos bancários.
> Previdência complementar para todos os bancários.
> Contratação total da remuneração, o que inclui a renda variável.
> Igualdade de oportunidades.
Calendário de Negociações
7 e 8 – Primeira rodada com Fenaban, em São Paulo
10 – Primeira rodada com Caixa, em Brasília
13 e 14 – Primeira rodada com BB, em Brasília
15 e 16 – Segunda rodada com Fenaban, em São Paulo
17 – Segunda rodada com Caixa, em Brasília
Fonte: Contraf-CUT