Crédito: CUT
CUT Reunidos em Belém, nos dias 7 e 8 de dezembro, em um encontro promovido pela parceria CUT e DGB, mais de 90 trabalhadores e trabalhadoras de vários estados construíram a Plataforma para o Desenvolvimento na Amazônia. O evento contou na mesa de abertura com a saudação das várias lideranças representantes de todas as CUTs dos estados da Amazônia Legal.

Em seguida, foi apresentado pela assessoria da Comissão Nacional da Amazônia, um Painel resgatando a política, as ações e projetos construídos, desde a sua criação.

Os companheiros e companheiras dos estados puderam refletir e opinar acerca do que têm sido a trajetória de ações promovidas pela Comissão e os novos rumos a serem definidos, a partir da Secretaria de Meio Ambiente, recém criada no 10º CONCUT.

Para Júlio Viana, diretor da CUT/MT, é preciso viabilizar a Plataforma dos Trabalhadores da Amazônia, constituída por meio dos debates promovidos na região e ampliá-la com outros países. "O planejamento estratégico da Comissão Nacional da Amazônia, construído com participação dos dirigentes das CUTs na região, estabeleceu questões relevantes, que sinalizam alternativas para o desenvolvimento sustentável, afirma ele".

Para os participantes, articular o processo de educação ambiental, nos espaços da sociedade, escolas, por exemplo, é estratégico para melhorar a consciência e o significado da questão ambiental na vida das pessoas. Eles defendem que é preciso criar, em especial nos espaços públicos formas e meios de viabilizá-las.

Desenvolvimento Regional

À tarde, a mesa ‘Políticas para o Desenvolvimento Regional’ contou com a presença de Inocêncio Gasparim, da Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM. A profunda análise de conjuntura considerou os aspectos de trabalho e renda, meio ambiente, biodiversidade e sustentabilidade política econômica e social para a Amazônia.

Gasparim destacou ainda os grandes projetos de infraestrutura previstos para a região e o que está na estratégia de desenvolvimento do país "entraremos o primeiro trimestre de 2010 com alta de empregos que voltaram a crescer substancialmente" afirmou.

Também falou sobre, o Plano Amazônia Sustentável, as obras do PAC e o que o governo tem desenhado por todo o país sobre o polêmico tema das hidrelétricas.

Políticas contra o Desmatamento

O tema do desmatamento na região foi apresentado por Roque Tumolo Neto, analista da Secretaria Executiva de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente.

O analista fez um resgate histórico desde o início do século XX, conectando realidades do Oriente e do Ocidente. Falou sobre os 10 maiores problemas do mundo e como eles vêm tendo sua ordem de valores invertida, o tema ambiental que estava em último lugar aparece hoje como um dos mais importantes para a humanidade.

Neto apresentou ainda um amplo e detalhado mapa do desmatamento na Amazônia, e suas causas críticas. Nos vários gráficos expostos, apresentou um levantamento dos 264 municípios que mais desmatam no país e o que vem sendo feito pelo Ministério na formulação de políticas destinadas à prevenção e combate a essa prática "os dados comprovam que estamos fazendo a nossa lição de casa", afirmou ele.

Como alternativa proposta pelo Ministério, Neto falou sobre o CAR (Cadastro Ambiental Rural) visando conter o desmatamento nas áreas rurais, "mudanças nos uso da terra são as que mais contribuem para a redução de emissões, conclui".

Reflexões e debates

No segundo dia, um filme que apresentava as destruições no mundo globalizado preparou a discussão sobre o tema das hidrelétricas. O documentário exibia as principais desigualdades sociais, a imigração ilegal, a fome, o poder da mídia (com suas distorções e manipulações históricas) as condições de vida em países subdesenvolvidos e a importância da lutas das organizações e movimentos sociais para impedir determinadas ações predatórias.

Em seguida Carmen Regina, diretora da Federação dos Urbanitários, apresentou o mapa nacional sobre hidrelétricas na Amazônia e trouxe elementos para a reflexão de qual é o desenvolvimento que queremos, com vista à situação dos moradores das comunidades que têm suas vidas transformadas a partir dessa nova realidade.

Carmen Foro, Secretária de Meio Ambiente da CUT e uma das Coordenadoras da Comissão Nacional da Amazônia, disse que a intenção do debate não era definir uma posição, fosse ela favorável ou não. "o que o debate busca é esclarecer e promover o conhecimento dos argumentos favoráveis e contrários à proposta".

A última apresentação foi feita pela assessoria da Secretaria Nacional de Meio Ambiente, sobre o tema Empregos Verdes, que buscou trazer para conhecimento das lideranças essa nova agenda do movimento sindical internacional e nacional.

Produção de Propostas

Com um amplo debate realizado nos dois dias do seminário, as lideranças reuniram-se em grupos para definir a formulação da Plataforma da Amazônia, que será parte da Plataforma da Classe Trabalhadora para as eleições e terá seu lançamento em maio de 2010.

Para Carmen Foro, o encontro foi extremamente representativo, pois contou com a presença de quase 100 lideranças de todos os estados da Amazônia Legal. "Eu considero que essa construção conjunta trás os vários olhares dos diversos biomas brasileiros e essa troca de experiências torna o processo muito rico, além de comprometer as lideranças num projeto único, que o torna muito mais fortalecido", encerra.

Fonte: CUT

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