O Sindicato dos Bancários da Paraíba (SEEB-PB) realizou, na última quarta-feira, 20 de setembro, o Encontro Regional do Cariri, na cidade de Monteiro, com o objetivo discutir com a categoria a Campanha Nacional dos Bancários 2017, a atual conjuntura de ataque aos trabalhadores e a questão da insegurança naquela região. O Encontro foi precedido de visita às agências de Serra Branca, Sumé e Monteiro, no dia anterior. Posteriormente, serão realizados encontros da mesma natureza com os bancários lotados nas agências do Sertão e do Brejo.

Um dos pontos de discussão foi o acordo de dois anos, celebrado na campanha de 2016, que culminou com o reajuste salarial com ganho real de 1% este ano e a entrega, à Fenaban (Federação dos Bancos), de um documento para a construção de um Termo de Compromisso que garanta o respeito aos direitos inerentes à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), firmada o ano passado.

Para Marcelo Alves, presidente do SEEB – PB foi muito acertado o fechamento de um acordo de dois anos na campanha passada, ante a conjuntura de ataques aos direitos dos trabalhadores pelo governo golpista. “Uma pesquisa do Dieese identificou que entre 300 categorias, 30 tiveram reajustes abaixo da inflação, para 91 foi igual ao INPC, 107 categorias conseguiram apenas 0,5% acima da inflação e 38 categorias entre 0,51% e 1% acima da inflação. Aliás, como o governo pretende demitir 20 mil servidores até dezembro e anunciou que não vai conceder nenhum reajuste salarial, os funcionários dos bancos públicos possivelmente serão a única categoria a obter ganho real este ano. Na verdade, não foi o acordo dos nossos sonhos, mas nos livrou de um embate bastante difícil este ano e ainda nos deixa de fora dos efeitos da Lei da Reforma, que entra em vigor em novembro”, explicou.

Os dirigentes sindicais também chamaram a atenção para a questão da falta de segurança na Região do Cariri, onde o atendimento ficou bastante prejudicado em decorrência dos sucessivos ataques às agências bancárias, caixas eletrônicos e aos Correios.  “Assim como está acontecendo em  outras regiões, o fechamento de pontos de atendimento bancário em uma cidade promove o deslocamento de clientes e usuários para outras localidades, sobrecarregando os funcionários daquelas agências e postos de atendimento. Inclusive, durante o I Torneio Bancário de Futebol Soçaite do Cariri, pedimos o apoio das câmaras de vereadores das cidades dessa região para reforçar o pedido da volta do funcionamento das agências com numerário, para evitar esse sufoco nos atendimentos, bem como acabar com a agressão de clientes e usuários aos funcionários dos bancos, que são vítimas da violência duas vezes”, enfatizou Paulo Henrique, diretor de assuntos do interior, do Sindicato.

Marcelo Alves também ressaltou a reestruturação dos bancos públicos como um desastre para a classe bancária e para toda a sociedade, que fica cada dia mais distante de receber um atendimento decente. “De forma maquiavélica, o governo ilegítimo e neoliberal está empurrando goela abaixo uma reestruturação nos bancos públicos, que descomissiona, demite funcionários e fecha agências, precarizando ainda mais o atendimento. Dessa forma, o  povo se sente revoltado e chega a agredir moral e até fisicamente os bancários, que não têm culpa. E, insatisfeita, a população é levada a concordar com a privatização desses bancos, por entenderem que eles não são mais necessários. E quem deveria alertar a sociedade sobre esse jogo sujo do governo, que tem o apoio dos banqueiros, deveria ser a mídia televisiva que é patrocinada justamente pelos bancos”, arrematou.

A visita da comitiva do Sindicato dos Bancários da Paraíba ao Cariri repercutiu positivamente nas emissoras de rádio de Monteiro – Imprensa FM 104.9 e Monteiro FM 97.5, do ex-funcionário do Banco do Brasil e renomado artista regional, Flávio José -, que abriram seus microfones para os dirigentes sindicais concederem entrevistas sobre todas essas questões que afligem bancários, clientes e usuários de bancos no Cariri Paraibano.

Fonte: SEEB-PB / Emmanuela Leite e Otávio Ivson