Na noite desta quinta-feira (14), o Sindicato dos Bancários da Paraíba realizou o Encontro Regional dos Bancários do Brejo, no France Hotel, em Guarabira, para mobilizar bancárias e bancários, dar os informes sobre o andamento da campanha nacional, analisar a conjuntura e traçar estratégias para fortalecer o comando nacional nas negociações com os bancos.  Veja as fotos aqui!

A abertura do evento foi feita pelo diretor de assuntos do interior, Carlos Hugo, que saudou os presentes e compôs a mesa com o presidente Lindonjhonson Almeida e os/as diretores/as Paulo César, Silvana Ramalho, Magali Pontes, Paula Brito e Marcos Henriques. O secretário de imprensa, Paulo Henrique, participou no apoio organizacional e Robson Luís, que se encontra em Fortaleza-CE nas negociações com o BNB, enviou um vídeo sobre a campanha, com foco na pauta de reivindicação específica do banco regional.

O presidente fez um balanço da campanha, reforçando a necessidade da unidade e participação ativa da categoria além das reivindicações trabalhistas.

“Estamos em um ano atípico, de copa do mundo no final do ano, de eleições gerais com o país sob o comando de um presidente que está usando de todos os artifícios eleitoreiros possíveis para tentar chegar ao segundo turno, enquanto a inflação e o desemprego campeiam e milhares de brasileiros e brasileiras estão de volta à miséria. Os ataques aos serviços e às empresas públicas são constantes e o projeto privatista de Bolsonaro e Paulo Guedes continuam de vento em popa. Portanto, a nossa luta tem de ir além da campanha salarial e abranger também a campanha eleitoral, pois de nada vai adiantar fechar um bom acordo se não mudarmos o comando do país e não colocarmos no parlamento quem defenda os nossos direitos. Então, bora ganhar esse jogo”, arrematou Lindonjhonson.

A secretária geral do Sindicato, Silvana Ramalho, enumerou as etapas da construção da pauta de reivindicação da categoria, desde o encontro estadual, passando pela conferência nacional, chegando agora ao início das negociações e enfatizou a importância da mobilização e a participação ativa de bancárias e bancários presencialmente e pelas redes sociais. “A Caixa e seus empregados vêm sofrendo todo tipo de ataques do governo Bolsonaro, que nomeou o privatista Pedro Guimarães para a presidência da empresa, cujo modelo gestão gerou muito desrespeito, pressões, metas absurdas, medo e adoecimento, culminando com o escândalo da prática de assédio moral e sexual, que foi tema da primeira rodada de negociação entre a Comissão dos Empregados com a representação da Caixa, em 14/07. Seguimos firmes cobrando punição para os crimes de assédio, em busca de um clima organizacional decente e em defesa da Caixa 100% Pública”, afirmou.

O dirigente sindical e vereador Marcos Henriques analisou a conjuntura econômica e mostrou, através de uma apresentação, os números que evidenciaram a triste realidade da população faminta e desempregada, vítima da política econômica irresponsável de Paulo Guedes e Bolsonaro, que deixa os ricos cada vez mais ricos e transforma os pobres em miseráveis. “Contra fatos não há argumentos e só nos resta uma saída, que é elegermos representantes identificados com os reais problemas do brasileiro. Precisamos resgatar a autoestima do povo e essa esperança tem nome, codinome e sobrenome…”, deu o recado.

Paulo César, Magali Pontes e Paulo Henrique, além de reforçarem a mobilização com um todo, defenderam os bancos públicos e discorreram sobre questões do funcionalismo do Banco do Brasil. “Os problemas envolvendo funcionários do BB são muitos, mas eu quero chamar a atenção para os associados da Previ sobre a Resolução CNPC 53, de março deste ano, que faculta ao patrocinador retirar o patrocínio de forma unilateral em caso de desequilíbrio financeiro do plano. Além disso, tramitam no Congresso Nacional diversos projetos de lei que ameaçam a existência dos fundos de pensão, a exemplo da portabilidade ou de saques parciais da reserva matemática, que prejudicariam os ativos financeiros dos fundos de pensão existentes”, alertou.

“Companheiras e companheiros, as pessoas têm que compreender que o atual processo político brasileiro está polarizado por dois projetos distintos: um que é a síntese da barbárie (fome, miséria, desrespeito à vida, às pessoas e aos poderes constituídos, desmatamento, desregulamentação do estado, autoritarismo, assédio, violência, assassinatos, concentração de renda, tudo que não serve à classe trabalhadora); e outro que representa um marco civilizatório (respeito às pessoas, à vida, às instituições, ao estado democrático de direito, ao ecossistema, às empresas e aos serviços públicos, ao patrimônio público e à soberania nacional e aos direitos da classe trabalhadora. E nós sabemos de que lado estamos!”, disse Magali Pontes.

Paulo Henrique ressaltou a importância da política e a preservação das empresas públicas. “Quando a gente vem aqui debater sobre as nossas reivindicações e decide que estratégias vamos adotar para fortalecer o comando dos bancários, tomamos decisões políticas. Da mesma forma, quando estabelecemos quais os percentuais de reajuste que pleiteamos, também são decisões políticas. E é por isso que quando temos de fazer a melhor escolha para que as empresas e os serviços públicos estratégicos para o país sejam preservados estamos nos posicionando politicamente. E quando nossos pleitos vão além do alcance e da competência dos sindicatos, temos de buscar apoio em instâncias de maior amplitude, como os partidos políticos, os deputados e os senadores. Só não podemos é parar. Então, vamos ganhar esse jogo!”, desafiou.

Da plenária, um bancário comentou que no seu ambiente de trabalho vez por outra alguém diz que sindicato não tem nada que se meter com política e muito menos com partidos de esquerda, que são todos comunistas. E que ele pergunta: “Alguém da direita já lhe concedeu algum direito? Porque nós não conseguimos nada de mão beijada dos patrões. Se não fossem os sindicatos e os partidos de esquerda com certeza não teríamos reajustes salariais com ganho real, PLR, vale alimentação, vale refeição, auxílio-creche, jornada de seis horas e outras tantas vantagens conquistadas na luta que a direita vem tirando desde o golpe em Dilma”, concluiu.

O encontro foi encerrado com um jantar de confraternização.