O evento, que foi dividido em três mesas de trabalho, contou com a participação de dirigentes da Contraf-CUT, Contec, diversos sindicatos e federações, além da Comissão Nacional dos Aposentados do Banespa (CNAB) e afabans parceiras.
Abertura
Na abertura, os representantes das entidades reforçaram a importância de manter os banespianos unidos na luta em defesa das duas maiores conquistas: complementação de aposentadoria (Banesprev) e assistência à saúde (Cabesp).
O secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, lembrou que "a manutenção do patrocínio do banco para o Banesprev e a Cabesp para além do tempo previsto no edital de privatização do Banespa é uma conquista das entidades sindicais e da Afubesp e que é preciso continuar vigilantes e mobilizados".
O presidente da Afubesp, Paulo Salvador, destacou o trabalho desenvolvido pela entidade em 2010 para não deixar os colegas desinformados. "A informação é um bem valioso e temos travado uma dura batalha contra a desinformação. No ano passado corremos o país para, em mais de 50 reuniões realizadas, esclarecer dúvidas dos colegas sobre reforma estatutária, déficit do Plano II e manobras que podem afetar nossas vidas", comentou o dirigente.
Análise de conjuntura
A segunda parte do evento contou com a apresentação detalhada da diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa, sobre as iniciativas para unificar a luta dos trabalhadores do Grupo Santander em todo o mundo. Ela também focou as estratégias para dar visibilidade à atuação do movimento sindical brasileiro, como a intervenção que fez na assembleia de acionistas do Santander, na cidade de Santander, na Espanha, em 2009.
Rita também falou sobre a importância do Brasil e da América Latina nos resultados do Grupo. Em 2009, as operações brasileiras do Santander responderam por 20% do lucro da instituição espanhola, e deve aumentar para 25% no balanço de 2010.
"Segundo especialistas, a Espanha só deve sair da crise financeira em cinco anos. Por isso, 2011 é crucial na nossa luta, pois o resultado do Brasil este ano será decisivo para o resultado do grupo", previu.
Para ela, a conjuntura explica ainda a mudança da presidência do Santander. "O banco manteve Fábio Barbosa para acalmar o mercado, os funcionários e clientes do Real, porque reconhece a resistência que o povo brasileiro tem com empresas espanholas", comentou a dirigente. "Mas agora o banco coloca o espanhol Marcial Portela à frente do banco, pois precisa ser mais agressivo, arrecadar mais dinheiro, já que nada pode dar errado aqui por conta da crise na Europa".
Aspectos financeiros do Banesprev
O terceiro e último bloco abordou a situação de todos os planos do Banesprev. O diretor da Afubesp, Walter Oliveira, que foi representante eleito do Fundo de Pensão por duas gestões, apresentou dados de cada um dos planos , aprofundando mais as explicações sobre o Plano II, por conta dos déficits atuariais detectados por dois anos consecutivos.
"As articulações dos nossos suplentes nos Conselhos de Administração (Paulo Salvador) e Fiscal (José Reinaldo Martins) do Banesprev colaboraram e muito na conquista de um adiamento para abril de 2012 para equacionar o problema", frisou Walter. "Todos os remédios sugeridos pelo atuário são amargos e devemos estar organizados e vigilantes para não ter a implantação de cobrança extraordinária aos participantes ou ter direitos reduzidos", observou.
A banespiana Márcia Campos, que foi representante eleita do Comitê de Investimentos do Banesprev, explicou aos presentes que o banco tem saídas para resolver o problema do déficit sem prejudicar os participantes e assistidos. "Fazer o aporte do serviço passado – contribuições relativas ao período anterior à formação do Banesprev – é uma delas".
Outro ponto frisado por Márcia diz respeito à importância de ter pessoas com foco no pagamento dos benefícios no Comitê de Investimentos. "A área de investimentos nos fundos de pensão é muito assediada porque tem muitos recursos. É necessário que as pessoas que os estão gerindo tenham firmeza na sua atuação. A formação técnica é imprescindível, mas não é suficiente. Não sabemos se os investimentos feitos atendem as necessidades dos planos."
Em seguida, a banespiana Salime Couto, de Belo Horizonte, falou sobre as demandas do Plano V e sobre a necessidade de estar de olhos abertos para a questão dos aportes que o banco tem que fazer para cumprir suas obrigações com os aposentados deste plano.
Eleições
Os candidatos apoiados pela Afubesp e entidades sindicais apresentaram-se ao final do encontro e pediram apoio nas próximas eleições do Banesprev, que ocorrem entre os dias 1º e 15 de fevereiro.
São banespianos dos Planos II e V, mulheres e homens, funcionários da ativa e aposentados, com história de luta comprovada, experiência de gestão e independência para votar contra os interesses do Santander que prejudiquem os participantes e assistidos.
Confira os integrantes da chapa:
Diretoria Financeira
Walter Oliveira, participante do Plano II, foi diretor administrativo e financeiro e conselheiro fiscal eleito do Banesprev.
Diretoria Administrativa
Salime Maria Couto, aposentada pré-75, assistida do Plano V, aposentou-se como gerente de negócios.
Conselho Deliberativo (de Administração) – Vote em dois candidatos
Rita Berlofa, participante do Plano II, foi conselheira de Administração (Deliberativo) eleita por dois mandatos consecutivos. É diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Paulo Salvador, participante do Plano II, atual conselheiro Deliberativo, eleito como suplente. Integrou o Grupo de Trabalho que debateu com o banco a reforma estatutária do Banesprev, foi eleito diretor por duas gestões e conselheiro fiscal da Cabesp. É presidente da Afubesp.
Comitê de Investimentos – Vote em dois candidatos
Márcia Campos, aposentada do Plano II, foi gerente do Banesprev e foi eleita integrante do Comitê de Investimentos.
Shisuka Sameshima, aposentada do Plano II, foi eleita conselheira fiscal e diretora administrativa da Cabesp.
Fonte: Contraf-CUT com Érika Soares – Afubesp