O novo governo espanhol dará a garantia estatal de até 100 bilhões de euros para emissão de novos títulos de dívida pelos bancos espanhóis em 2012. Esses títulos poderão ser usados, por sua vez, como garantia pelas instituições ao Banco Central Europeu (BCE) para obter liquidez, em meio à "enorme dificuldade de financiamento nos mercados de capitais", como afirmou o ministro da Economia, Luis de Guindos.

O BCE é que está financiando os bancos na atual situação na Europa. E a garantia estatal para o setor bancário espanhol veio no mesmo decreto que aumentou impostos e elevou cortes nas despesas públicas. O ministro justificou o aval estatal como um meio de evitar "o aperto de crédito" na economia. Argumentou também que os bancos espanhóis vão ter de pagar um "montante significativo" para usar as garantias estatais.

De Guindos defendeu a necessidade de saneamento dos ativos bilionários vinculados ao setor imobiliário dos bancos. E insistiu na importância de nova consolidação no setor. Sobre a criação do "bad bank", para reunir os ativos tóxicos do setor financeiro, o ministro não foi claro, reiterando apenas que a ideia é "minimizar o impacto do saneamento bancário sobre os contribuintes."

Ao mesmo tempo, a imprensa espanhola publicou que sete bancos socorridos com dinheiro público pagaram a seus diretores quase u20ac 80 milhões de salários fixos no ano passado. Rodrigo Rato, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), recebeu o maior salário, de 2,3 milhões de euros como presidente do Bankia SA, isso sem contar bônus e outros ganhos variáveis.

Fonte: Assis Moreira – Valor Econômico