O preço de venda do Banco de Brasília (BRB) para o Banco do Brasil (BB) foi calculado preliminarmente em R$ 800 milhões. O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, não gostou da avaliação da consultoria Ernst & Young, segundo fontes ouvidas pela Agência Estado. Ele aguarda para os próximos dias o resultado final da avaliação da consultoria, contratada pelo governo do DF, para iniciar as negociações.
O governo do DF e o BB têm pressa de fechar a operação. Se possível, antes que a Câmara conclua a votação da Medida Provisória 443, que autoriza o BB e a Caixa Econômica Federal a comprar outros bancos. É que o Senado alterou o texto da MP estabelecendo que as operações de compra feitas pelos dois bancos têm de passar pelo crivo do Congresso.
Em dezembro, para conseguir que o Senado aprovasse a MP, o governo fechou um acordo com a oposição pelo qual teve de ceder em alguns pontos e aceitar propostas apresentadas pelo DEM e PSDB. Pelo acordo, as aquisições de bancos públicos pelo BB e a Caixa terão de ser convalidadas depois pelo Congresso. A nova regra não se aplicará ao caso da Nossa Caixa, adquirida em novembro pelo BB, porque a transação ocorreu na vigência da MP original.
O BB também contratou uma consultoria para avaliar o banco, a Booz Company. Segundo fontes do BB, o cálculo do preço do BRB deve levar em conta o passivo de anos de politização da gestão do banco, que produziu escândalos de corrupção. Já o governador do DF acha que o BRB vale R$ 1,2 bilhão. “Esse passivo de escândalos diminui o preço”, disse a fonte do BB.
Procurada pela Agência Estado, a direção do BRB disse que a avaliação da Ernst & Young não está pronta, mas confirmou que será concluída nos próximos dias. O BB também não quis comentar o assunto.
Com a compra da Nossa Caixa, que garantirá a posição de liderança do BB no Estado de São Paulo, o banco ficou numa situação menos desconfortável depois que deixou de ser o maior banco do Brasil, com a fusão do Itaú e Unibanco. O BB quer agora acelerar o processo de integração com a Nossa Caixa para aumentar sua capilaridade e consolidar sua participação no mercado paulista. Depois da aprovação do negócio pela Assembleia Legislativa do Estado, o BB protocolou no dia 23 de dezembro no Banco Central o pedido de aprovação.
A expectativa inicial era que até março deste ano a Nossa Caixa se tornasse uma subsidiária integral do BB e, depois de 12 meses, passasse a ser totalmente integrada.
Fonte: O Estado de São Paulo / Fabio Graner e Adriana Fernandes