O Itaú Unibanco não pretende realizar aquisições na América Latina no momento, disse ontem o presidente executivo do banco, Roberto Setubal, jogando água fria nas especulações de que o Itaú poderia adquirir do Citigroup o mexicano Banamex.

Especulações de que o Citigroup poderia ser forçado a vender o Banamex para levantar capital se intensificaram em fevereiro, à medida que as ações de bancos dos Estados Unidos registraram quedas recordes, embora a instituição tenha insistido que os mercados emergentes, e o Banamex em particular, são chaves para seu futuro.

O Itaú Unibanco, o maior banco latino-americano em ativos, vinha sendo alvo de rumores de que estava perto de um acordo de compra do Banamex, informação que foi sempre negada. "Nós temos um grande desafio à nossa frente, que é a integração do Itaú e do Unibanco", disse Setubal. "Depois disso, nós procuraremos uma expansão internacional, mas este não é o momento."

Setubal, em uma entrevista do lado de fora da conferência promovida pelo governo brasileiro em Nova York, acrescentou que o Citi "nunca mostrou nenhum interesse em vender o Banamex".

ESPREITA – O executivo afirmou que, uma vez que a integração da fusão estiver completa, o Itaú estará na espreita por ativos em algum outro lugar da América Latina, incluindo o México.

Setubal também reiterou que o banco está avaliando a compra de 4% da companhia processadora cartões de crédito e débito Redecard, no qual o Itaú e o Citigroup são sócios. O Citi já anunciou que vai vender sua participação de 17% na Redecard.

"Nós um dia decidiremos se queremos comprar 4%, que é o suficiente para nos dar o controle da empresa, o controle absoluto", disse Setubal, acrescentando que o preço será o fator decisivo.

Em relação à economia brasileira, Setubal afirmou esperar que o Produto Interno Bruto (PIB) fique praticamente estável este ano – uma previsão bem mais otimista que a do banco de investimentos Morgan Stanley, que ontem previu uma contração de 4,5% da economia brasileira.

Setubal também enxerga mais reduções na taxa básica de juros (Selic) do Brasil, que o Banco Central cortou na semana passada com a intensidade mais agressiva em mais de cinco anos. "Nós veremos a Selic abaixo de dois dígitos pela primeira vez na história do Brasil."

Fonte: Reuters