A pressão dos trabalhadores e trabalhadoras impediu que a Reforma da Previdência fosse colocada em votação na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6) como previsto inicialmente pelo governo e sua base golpista.
O governo recuou porque não conseguiu os 308 votos necessários para aprovar a nova proposta de desmonte da aposentadoria, que exclui milhões de brasileiros e brasileiras da Previdência Social, mas ameaça votar ainda este ano.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, comemora, mas alerta: “ganhamos a primeira batalha, a luta ainda não acabou”.
“Temos a informação de que os golpistas vão tentar votar a reforma na semana que vem”, avisa Vagner, que convocou a base da Central para permanecer em estado de greve e cruzar os braços “no dia em que ousarem colocar a Reforma da Previdência na pauta de votação.”
“Pode ser dia 11, 13 ou 14. Qualquer um dos dias, nós estaremos prontos para parar o Brasil e cumprir o nosso papel histórico de enfrentar os golpistas e não permitir que os nossos direitos sejam retirados, principalmente o direito da maioria dos trabalhadores e trabalhadoras de se aposentar”, completa o presidente da CUT.
Para ele, os deputados e as deputadas não votaram a reforma esta semana porque a sociedade rejeita a medida e eles têm medo de não se reelegerem em 2018. Isso, diz Vagner, é resultado da luta iniciada desde que a primeira proposta de reforma foi encaminhada pelo golpista e ilegítimo Michel Temer (PMDB-SP) ao Congresso Nacional.
“Os nossos sindicatos no Brasil inteiro ganharam a disputa de opinião pública”, avalia o dirigente, ao apontar a necessidade de as entidades CUTistas começarem a preparar a possível paralisação que pode ocorrer na semana que vem, caso a Reforma da Previdência seja colocada na pauta de votação.
“Estamos em estado de greve”, ressalta Vagner.
Como parte da permanente da mobilização da classe trabalhadora contra a Reforma da Previdência, o presidente da CUT orienta as estaduais a continuarem organizando plenárias regionais com os sindicatos e demais centrais, além de construir com o setor de transportes a adesão destes trabalhadores e trabalhadoras à paralisação em defesa do direito de se aposentar.
Vagner Freitas destaca também a importância das estaduais da CUT e seus sindicatos realizarem as já conhecidas visitas aos deputados nos aeroportos, fazerem panfletagens em seus redutos eleitorais e colocarem as caras dos deputados nos materiais como traidores da classe trabalhadora. “Vamos dizer que eles não voltarão em 2018”.
Outra forma de pressão aos deputados apontada pelo dirigente cutista é o site Na Pressão, uma ferramenta da CUT lançada em junho deste ano e que permite contatar os parlamentares por e-mail, mensagens, telefone ou redes sociais.
“Nós não sabemos o dia em que vai votar”, disse Vagner, referindo-se a data em que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai pautar a reforma.
“É possível que na semana que vem eles também não tenham os votos e não coloquem para votação”, disse o dirigente, que completou: o “fundamental neste momento é manter a pressão”.