De acordo com o site Infomoney, a equipe econômica do candidato Jair Bolsonaro (PSL) já prepara o terreno para colocar em prática seu plano de privatizar cerca de 150 estatais brasileiras caso eleito. De acordo com o jornal, os liberais que auxiliam o candidato propõem a utilização de ações Golden Share para acelerar o programa de desestatização e quebrar resistências.

“Golden share” é uma ação exclusiva que o Estado pode impor ao privatizar uma estatal. Essa ação dá poder de veto ao governo, mesmo como acionista minoritário, em decisões como a venda de controle ou mudança de local de sede, por exemplo. Porém, as prerrogativas de veto do Estado variam de acordo com cada empresa privatizada. A estratégia foi utilizada pela primeira vez no Brasil nos anos 1990.

Além disso, de acordo com a reportagem, Bolsonaro está buscando nomes de tendência extremamente liberal e privatista para compor o que ele chama de “time dos sonhos” na área econômica, junto com seu “guru” Paulo Guedes. Um dos sondados para a presidência do BNDES, por exemplo, é o banqueiro Eduardo Centola, sócio e copresidente do Banco Modal.

Para o diretor do Sindicato e bancário do Banco do Brasil, João Fukunaga, os bancos públicos estarão em risco no caso da vitória de um projeto privatista.

“Não temos qualquer razão para confiar que um projeto extremamente privatista, que já fala em vender 150 estatais, não vá privatizar o Banco do Brasil e demais bancos públicos. O guru econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, já deixou bem claro em entrevista que a intenção é privatizar tudo. Porém, quando Guedes ou o vice Mourão entregam os planos antes da hora, com possíveis prejuízos para a campanha, Bolsonaro corre para desautorizá-los. Foi assim com a proposta do fim do 13º, do adicional de férias, e pode ser assim com a privatização dos bancos públicos. Não podemos pagar para ver”, alerta Fukunaga.