Outro fato importante foi a ausência dos principais partidos políticos das manifestações. Nem o líder da Nova Democracia (ND), Antonis Samaras, nem o do Partido Socialista (Pasok), Evangelos Venizelos, integraram as passeatas.
Nenhum dos dois partidos chega a 20% dos votos nas pesquisas de opinião e, mesmo em caso de coalizão, as duas siglas terão de reunir apoio também de pequenos partidos para formar um governo de unidade. Já a polícia esteve presente e ostensiva, na expectativa de evitar que os protestos degenerassem em violência no centro de Atenas. Até a noite de ontem, nenhum grande incidente foi registrado.
Na Espanha, mais de 100 mil pessoas, segundo cálculos da polícia, teriam se manifestado em 80 cidades do país no Dia do Trabalho. Em Madri e em Barcelona, as passeatas foram realizadas dentro da lógica das últimas greves gerais, marcadas pela rejeição aos cortes orçamentários e da reforma do mercado de trabalho realizados pelo governo do conservador Mariano Rajoy.
Além disso, os sindicatos protestaram contra o desemprego recorde de 24,4% dos trabalhadores em idade ativa, ou 5,64 milhões de espanhóis. O porcentual chega a 52% dos jovens com idade inferior a 25 anos, outro recorde do país em nível europeu.
Outras manifestações ocorreram na Rússia e na França. Em Moscou, o presidente eleito, Vladimir Putin, participou da mobilização ao lado do atual chefe de Estado, Dmitri Medvedev. Em Paris, cerca de 50 mil pessoas foram às ruas seguindo o apelo dos sindicatos.
O presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Bernard Thibault, conclamou os manifestantes a votar contra o presidente da França, Nicolas Sarkozy, que no domingo busca a reeleição frente ao candidato do Partido Socialista (PS), François Hollande.
Fonte: O Estado de S.Paulo