Thorne não fez estimativas sobre o montante de dinheiro de latino-americanos depositados nos bancos suíços. Mas seria bem maior do que os US$ 44 bilhões depositados por cidadãos dos EUA. E quanto maior é a economia informal no país, como é o caso do Brasil, menos seus cidadão declaram ao fisco seus depósitos no exterior.
Em geral, as contas em bancos suíços detidas por não residentes não são taxadas. A exceção é justamente quem é originário da União Europeia. É isso que permite uma estimativa da evasão fiscal, cruzando dados do Banco Central Suíço, do Ministério das Finanças e alguns detalhes que os bancos às vezes fornecem sobre sua gestão de fortunas.
Assim, sem surpresa, os maiores montantes da evasão fiscal são originários da Alemanha, Itália e França, os países que mais pressionam a Suíça a dar informações sobre contas de seus cidadão em bancos helvéticos. Os EUA fazem muito barulho, mas o capital de seus cidadãos representaria apenas 5% do total, comparado a 50% do lado europeu.
Os alemães teriam US$ 193 bilhões de dinheiro não declarado nos bancos suíços e outros US$ 87 bilhões declarados. Já os italianos não declaram quase nada: US$ 185 bilhões são pura evasão fiscal, enquanto só US$ 1,9 bilhão está legal com o fisco. A situação dos franceses é idêntica : US$ 91 bilhões escondidos nos cofres suíços e apenas US$ 2,8 bilhões que revelaram os depósitos ao imposto em Paris.