Foi um dia de confronto no Senado dos EUA, ontem, 27 de abril, quando executivos do banco Goldman Sachs tiveram que se explicar a congressistas sobre o seu papel durante a crise que estourou em 2008.

Senadores acusaram o banco de agir como um "cassino fraudulento" e de enganar clientes, vendendo instrumentos financeiros em negócios destinados ao fracasso.

Para membros do governo, a empresa contribuiu para o derretimento do mercado. Executivos responderam ter agido com ""responsabilidade" para proteger o banco de forma que ele sobrevivesse ao colapso das hipotecas.

Na conclusão da audiência, no fim da tarde de ontem, o presidente-executivo do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, disse, em tom conciliatório, reconhecer que ""muitos americanos estão céticos quanto à contribuição dos bancos de investimento para a economia e compreensivelmente irritados com a maneira como Wall Street contribuiu para a crise financeira".

Ele admitiu que Goldman, outros bancos e agências de rating falharam ao não ""soar o alarme" quando havia um excesso de empréstimos. Mas negou que a empresa tenha apostado contra os clientes.

"Durante os dois anos de crise financeira, apesar da lucratividade no período como um todo, o Goldman Sachs perdeu aproximadamente US$ 1,2 bilhão em atividades no mercado imobiliário."

O presidente-executivo disse que o anúncio, há dez dias, de que a SEC (órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários) moveria uma ação contra o banco -acusado de ter causado prejuízos de mais de US$ 1 bilhão a investidores- foi "um dos piores dias" da sua vida profissional.

Outro executivo do Goldman, Fabrice Tourré, 31, citado nominalmente na ação movida pela SEC, foi ao Congresso negar "categoricamente" as acusações de fraude contra ele e afirmou que irá se defender das "alegações falsas" no tribunal.

Fonte: Folha de São Paulo / Cristina Fibe, de Nova Iorque

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