A diferença, segundo a pesquisa, deve-se, em parte, à deficiência da infraestrutura dedicada à mulher.
As creches, fundamentais para que elas possam trabalhar fora de casa, atendiam só 18,4% das crianças até 3 anos de idade também em 2009.
"A carência dessa política pública [creches] é um impeditivo para que a mulher tenha sua independência econômica que o trabalho propicia", afirmou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, durante a apresentação do anuário, em São Paulo.
O levantamento é uma compilação de dados de várias pesquisas feitas sobre as condições de vida das mulheres brasileiras.
Da publicação, constam estatísticas sobre oito temas. Entre eles, saúde, educação, violência, política e trabalho.
Lúcio disse que, em todas as áreas, existe diferença entre a situação de homens e mulheres no país.
"A mulheres são maioria em número, mas são minoria no aspecto sociológico", afirmou, lembrando que a população feminina representa mais da metade do total de habitantes do país, porém tem condições de vida inferior a dos homens.
De acordo com o anuário, as mulheres estudam, na média, um ano a mais que os homens. Entretanto, recebem salários que representam só 56% do que ganham os trabalhadores do sexo masculino.
Elas mulheres também representam 58,7% dos indigentes do país. São ainda os 53,7% dos pobres.
Toda essa diferença econômica, de acordo com Lúcio, ainda acarreta uma diferença mais grave: a da violência.
Segundo o anuário do Dieese, 43,1% das mulheres foram vítimas de agressões dentro de sua própria casa. Entre os homens, esse percentual é de 12,3%.
"A violência devia ser zero para ambos os sexos, mas as agressões contra mulheres são mais graves e frequentes", disse o diretor do Dieese. "Precisamos reduzir todas as diferenças e isso tende a reduzir da violência contra a mulher."
Fonte: Agência Brasil