Bancários protestam contra descaso do banco que mais lucra no país
Mesmo com a estimativa de lucro recorde de R$ 17 bilhões para este ano, o Itaú continua promovendo um atendimento desumano para seus clientes e usuários em Rondônia. Conforme o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB/RO), isso se deve exatamente pela falta de funcionários dentro de todas as agências do banco no estado.
Na agência é feito o atendimento de todas as famílias da segunda região mais populosa da capital, com a atuação de somente quatro funcionários. Até um gerente tem que trabalhar no caixa para tentar prestar um atendimento mais humano para os clientes.
"Os funcionários nem lembram mais a última vez que tiveram a chance de almoçar. Até para ir ao banheiro ou beber água fica difícil para esses colegas. Por serem poucos o atendimento é demorado para a demanda de muita gente e, eventualmente, acabam sendo vítimas da revolta dos clientes e usuários. Mesmo chegando cedo (7 horas) e saindo tarde (22 horas) da agência, trabalhando redobrado, ainda são agredidos verbalmente, chamados de vagabundos e safados, e tudo por culpa do banco. É uma situação que beira o descaso total com o ser humano", avaliou o diretor jurídico do Sindicato, José Toscano, que é funcionário do Itaú.
Para o presidente do Sindicato, José Pinheiro, a situação deplorável da agência vai mais longe e também se repete em outras agências do Itaú por toda a cidade.
"É um completo desrespeito com os trabalhadores e com a população em geral. Um banco que tem obtido lucros recordes e sucessivos deveria dar o exemplo e melhorar as condições de trabalho dos funcionários e do atendimento às pessoas. Com poucos ou quase nenhum funcionário, isso aumenta ainda o desrespeito com a lei municipal que trata do tempo de espera nas filas, que deveria ser de, no máximo, 25 minutos", acrescentou Pinheiro.
O presidente do Sindicato mencionou ainda que o banco, na sexta-feira, fez o remanejamento de um funcionário de outra agência para a unidade da Jatuarana, a fim de aumentar a celeridade no atendimento.
"Ora, não adianta tirar um funcionário de uma agência e mandar pra outra. Tirar de um e colocar em outra não adianta. Mesmo que contratasse o dobro de funcionários que tem hoje, ainda assim este número seria insuficiente para dar um atendimento ideal para a população", concluiu.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb Rondônia