Crédito: Zero Hora

Zero Hora Um dia antes de o assassinato da fotógrafa Maria Cristina da Silva Vieira, 52 anos, completar um mês, após uma "saidinha de banco", amigos e familiares da vítima saíram às ruas de Porto Alegre no domingo (18) para pedir justiça e mais segurança. Com cartazes, eles caminharam da Usina do Gasômetro até a Igreja Nossa Senhora da Assunção, na zona sul da Capital.
 

O protesto foi organizado por companheiros de caminhada do marido de Maria Cristina, o funcionário público Sérgio Vieira, 55 anos, que levava um banner com uma foto da mulher.

A cliente foi atacada por dois homens na tarde de 19 de agosto. O assalto aconteceu quando ela deixava uma agência do Bradesco, na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, perto de onde morava.

Maria Cristina foi levada no próprio carro, um Peugeot prata, por dois homens logo após sair da agência. Segundo testemunhas, houve disparos no momento em que o veículo deixava o banco. Ela teria sido morta na fuga e o corpo foi abandonado na rua Alexandre Luiz, no Jardim Itu Sabará. Após perseguição, os bandidos foram presos.

– Espero que sejam condenados pelo que fizeram. Nosso protesto é por justiça, mas também para pedir mais segurança para todos e mais investimentos na polícia. Quantas vezes vi casos assim na televisão, mas jamais imaginei que pudesse passar por isso – comentou o viúvo.

Combate à "saidinha de banco"

Para o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários), os bancos têm que assumir a sua responsabilidade com a vida dos bancários, vigilantes, clientes e usuários. "É inadmissível que as instituições financeiras, que lucram astronomicamente, não invistam na segurança das pessoas. A vida está acima do patrimônio", destaca o diretor Jurídico do SindBancários, Lucio Mauro Paz.

Os bancários e vigilantes vêm denunciando a falta de medidas concretas dos bancos. "Queremos equipamentos para combater o crime da ‘saidinha de banco’ que apavora e mata, como os biombos entre a fila de espera e os caixas, e as divisórias individualizadas e opacas entre os caixas internos e os eletrônicos com altura adequada para garantir a privacidade das operações dos clientes", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.

Os trabalhadores também reivindicam a instalação das portas de segurança antes do espaço de autoatendimento em todas as agências e postos de atendimento, com pequeno recuo em relação à calçada e com a colocação de um guarda-volumes para evitar qualquer tipo de constrangimento aos clientes.

"Os bancos têm recursos de sobra para instalar ainda câmeras internas e externas com monitoramento em tempo real fora dos estabelecimentos controlados e vidros blindados nas fachadas, bem como isentar as tarifas de transferência de recursos (DOC e TED) e acabar com a triagem de clientes na entrada das agências, a fim de eliminar riscos e proteger a vida das pessoas", destaca o diretor da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Porto Alegre e Zero Hora