Dia do Bancário e da Bancária, celebrado em 28 de agosto desde 1951
A categoria bancária sempre foi uma das mais mobilizadas do Brasil. E não apenas em defesa do emprego e dos próprios direitos, mas também em prol de um país melhor para todos, com democracia e justiça social. Por isso, em mais um Dia do Bancário e da Bancária, em 28 de agosto, é hora de renovar o orgulho, a inspiração, a unidade e a resistência de milhares de homens e mulheres que trabalham na Caixa Econômica Federal e em outras instituições financeiras.
Muitas histórias, mobilizações e conquistas rondam o cotidiano do Dia do Bancário e da Bancária. Desde a origem da data em 1951, quando houve a primeira greve geral no âmbito do sistema financeiro nacional, a categoria bancária se mobiliza por condições dignas de vida e de trabalho. A estratégia tem sido a de articular o emergencial com o estrutural, ao mesmo tempo e com igual intensidade. A mobilização é comum a todos os bancários e bancárias do país e o momento é de unidade, afirmação de propósitos e de resistência.
O movimento de 1951, além das conquistas salariais e sociais, fez surgir sindicatos de bancários em vários pontos do país, unificando e fortalecendo a organização da categoria. É uma das poucas no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), uma conquista histórica de 1992 e uma referência para toda a classe trabalhadora.
Em 1º de setembro deste ano a CCT, que é válida em todo o país, completa 29 anos de existência. Funciona assim: bancários e bancárias de todo o território brasileiro, dos grandes centros urbanos aos menores municípios, têm os mesmos direitos e recebem os mesmos pisos, os mesmos valores de vale-alimentação e vale-refeição, além da mesma PLR. Em 2006 foi dado outro passo importante para aumentar a força dos trabalhadores do setor financeiro: a mesa única de negociação com bancos públicos e privados. A partir desta data, Caixa e BB passaram a assinar a CCT. Os trabalhadores de bancos públicos ainda têm direitos específicos previstos em seus acordos coletivos.
Para os empregados e as empregadas da Caixa, o Dia do Bancário e da Bancária passou a fazer sentido a partir de 1985, também por força de outra greve histórica. Em 30 de outubro daquele ano, os trabalhadores do banco, até então identificados como economiários, fecharam 100% das agências e unidades em todo o país, para exigir jornada de trabalho de seis horas e o reconhecimento à condição de fazer parte da categoria bancária, o que implicava em direito de ser sindicalizado.
A greve assegurou as duas conquistas. Agora, o atual governo e a direção do banco atacam direitos históricos. A Fenae e as Apcefs sublinham os diversos problemas que estão ocorrendo na Caixa. São contradições em relação ao papel social do banco público. Uma das maiores ameaças é a resolução 23 da CGPAR, que representa o fim do Saúde Caixa para grande parte dos empregados ativos e aposentados, ao restringir a participação da empresa no custeio da assistência à saúde. Anular a CGPAR 23 no Congresso é nossa prioridade no momento, com a aprovação do PDL 342 no Senado, depois de ter sido aprovado na Câmara.
A mudança na jornada de trabalho de seis para oito horas, prevista na MP 936/2020, que trata do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, ataca frontalmente direitos adquiridos pela categoria bancária. Duas outras propostas contra os interesses dos bancários e das bancárias são o PL 1043, que permite a ampliação da jornada para sábados e domingos, e a MP 1045, que reduz as horas extras.
É preciso fazer a resistência contra todos esses retrocessos, defendendo a Caixa social e pública, os direitos dos trabalhadores, a democracia e a soberania nacional. A Fenae e as Apcefs defendem horizontes democráticos para a Caixa, na perspectiva de barrar qualquer tentativa governamental de esvaziamento ou privatização do banco.
É importante reafirmar a unidade ainda mais e lutar contra o retrocesso no país e nos bancos públicos. Viva, portanto, o Dia do Bancário e da Bancária! Fica daí a certeza de que a categoria bancária pode muito mais, com o espírito de sempre: a unidade e a vocação para atuar em movimento. A cada nova mobilização, o parâmetro é dado pelo princípio de que fazemos a diferença e somos a diferença.
DIRETORIA EXECUTIVA DA FENAE
Fonte: Fenae