Para o diretor do Sindicato Daniel Reis, que participa das reuniões da Ccasp (Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada), órgão da PF que define as multas, a afirmação equivale a um atestado de culpa emitido pela Febraban. “Ao dizer que metade das multas referem-se a questões burocráticas, os bancos assumem que na outra metade dos casos eles agiram de forma irresponsável no que se refere à proteção da vida de bancários e clientes”, diz.
Para Daniel, a Febraban busca desqualificar a Ccasp e a própria PF para tentar enfraquecer o impacto negativo dos valores estratosféricos das multas (em 2009, elas somaram R$ 15,54 milhões). Ele destaca também que muitas vezes o atraso na entrega dos planos de segurança ultrapassa os limites da razoabilidade. “Não é difícil encontrar exemplos de agências que são inauguradas sem plano de segurança e seguem funcionando por dois ou três anos”, diz.
Assaltos – Na nota à imprensa, a Febraban afirma também que os investimentos feitos pelos bancos em segurança reduziram os assaltos às agências. Mas não é o que revelam recentes dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo: foram 120 roubos no primeiro semestre de 2010, um crescimento de 4,34% em comparação ao mesmo período de 2009. Na cidade de São Paulo, foram registrados 86 assaltos, um aumento de 13,15% frente aos 76 casos verificados no primeiro semestre do ano passado.