Ao longo dos anos 80 os sindicatos se reorganizaram, os militantes de esquerda retomaram a direção do movimento e a CUT foi fundada, trazendo uma nova perspectiva de organização. Os bancários conquistaram o auxílio-creche e os tíquetes refeição e alimentação.
Mas com os anos 90 vieram o neoliberalismo e a automação no setor bancário, mudando radicalmente o panorama. Novos bancos estrangeiros chegaram, as fusões e aquisições e a privatização de bancos públicos redesenharam o panorama do segmento.
Os bancários, que passavam dos 800 mil, foram reduzidos à metade. No BB e na CEF, as negociações eram duras, não havia diálogo com o governo e perdas salariais imensas se acumularam. Em contrapartida, os bancários conquistaram uma PLR diferenciada em relação à que foi definida pelas medidas provisórias e pela lei 10.101/2000.
Com o governo Lula, algumas coisas mudaram. Os bancos federais voltaram a conceder aumentos e o movimento sindical conquistou a mesa única de negociações, incluindo o BB a CEF. As privatizações no setor acabaram e bancos estaduais foram incorporados pelo BB.
Mas o capitalismo continou feroz e as fusões e aquisições continuaram a todo vapor, fazendo sumirem do mapa bancos com décadas de tradição. Os interditos proibitórios desmobilizam os bancários de base durante a greve e exigem mais empenho e mais conhecimento jurídico dos sindicalistas.
Os bancários conseguiram arrancar aumentos reais, com reajustes acima da inflação, e conquistaram benefícios importantes: PLR adicional, 13ª cesta alimentação e duas bem recentes ─ a inclusão do companheiro homoafetivo como dependente no plano de saúde e a ampliação da licença-maternidade para 180 dias.
Ainda há muito o que conquistar: embora já sejam metade da categoria e tenham, em média, mais anos de estudo que os homens, as mulheres ainda ganham menos e têm progressão profissional mais lenta. Ainda há poucos afrodescendentes nos bancos e as empresas burlam a legislação que obriga à contratação de pessoas com deficiência.
Os aumentos reais e a PLR cheia têm exigido greves e paralisações cada vez mais longas, mas o movimento sindical permanece firme, apesar da pressão.
Ao longo desta trajetória, a Federação esteve firme na organização do movimento sindical nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nestes 52 anos muito se conquistou, mas ainda há muito o que conquistar. O futuro pertence a todos nós.
A Contraf-CUT aproveita o aniversário para saudar a direção da Feeb-RJ/ES por essa trajetória de lutas e conquistas, erguida lado a lado com os bancários de outros estados, construindo a unidade nacional da categoria e abrindo caminhos para novas vitórias da classe trabalhadora.
Programação dos eventos comemorativos nesta terça
10h – Café da manhã
11h – Debate sobre o tema da campanha da fraternidade 2010, "Economia e Vida", com o vereador Reimont (PT-RJ) e o deputado federal Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ)
13h – Lanche de confraternização, com homenagem a dirigentes da entidade
14h – Debate do Projeto de Lei Ficha Limpa, em discussão no Congresso Nacional, com o deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ)
Fonte: Feeb RJ/ES