De 1958 para cá, muita coisa mudou no Brasil e no sistema financeiro do país. Nos primeiros anos, ventos democráticos indicavam um futuro promissor, mas a ditadura cerceou a liberdade de organização dos trabalhadores.

O movimento sindical sofreu um duro baque e quase sucumbiu, mas renasceu no final dos anos 70 com duas greves memoráveis: a dos metalúrgicos da Scania, no ABC Paulista, e a dos bancários de Porto Alegre, ambas em 1978.

Ao longo dos anos 80 os sindicatos se reorganizaram, os militantes de esquerda retomaram a direção do movimento e a CUT foi fundada, trazendo uma nova perspectiva de organização. Os bancários conquistaram o auxílio-creche e os tíquetes refeição e alimentação.

Mas com os anos 90 vieram o neoliberalismo e a automação no setor bancário, mudando radicalmente o panorama. Novos bancos estrangeiros chegaram, as fusões e aquisições e a privatização de bancos públicos redesenharam o panorama do segmento.

Os bancários, que passavam dos 800 mil, foram reduzidos à metade. No BB e na CEF, as negociações eram duras, não havia diálogo com o governo e perdas salariais imensas se acumularam. Em contrapartida, os bancários conquistaram uma PLR diferenciada em relação à que foi definida pelas medidas provisórias e pela lei 10.101/2000.

Com o governo Lula, algumas coisas mudaram. Os bancos federais voltaram a conceder aumentos e o movimento sindical conquistou a mesa única de negociações, incluindo o BB a CEF. As privatizações no setor acabaram e bancos estaduais foram incorporados pelo BB.

Mas o capitalismo continou feroz e as fusões e aquisições continuaram a todo vapor, fazendo sumirem do mapa bancos com décadas de tradição. Os interditos proibitórios desmobilizam os bancários de base durante a greve e exigem mais empenho e mais conhecimento jurídico dos sindicalistas.

Os bancários conseguiram arrancar aumentos reais, com reajustes acima da inflação, e conquistaram benefícios importantes: PLR adicional, 13ª cesta alimentação e duas bem recentes ─ a inclusão do companheiro homoafetivo como dependente no plano de saúde e a ampliação da licença-maternidade para 180 dias.

Ainda há muito o que conquistar: embora já sejam metade da categoria e tenham, em média, mais anos de estudo que os homens, as mulheres ainda ganham menos e têm progressão profissional mais lenta. Ainda há poucos afrodescendentes nos bancos e as empresas burlam a legislação que obriga à contratação de pessoas com deficiência.

Os aumentos reais e a PLR cheia têm exigido greves e paralisações cada vez mais longas, mas o movimento sindical permanece firme, apesar da pressão.

Ao longo desta trajetória, a Federação esteve firme na organização do movimento sindical nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nestes 52 anos muito se conquistou, mas ainda há muito o que conquistar. O futuro pertence a todos nós.

A Contraf-CUT aproveita o aniversário para saudar a direção da Feeb-RJ/ES por essa trajetória de lutas e conquistas, erguida lado a lado com os bancários de outros estados, construindo a unidade nacional da categoria e abrindo caminhos para novas vitórias da classe trabalhadora.

Programação dos eventos comemorativos nesta terça

10h – Café da manhã

11h – Debate sobre o tema da campanha da fraternidade 2010, "Economia e Vida", com o vereador Reimont (PT-RJ) e o deputado federal Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ)

13h – Lanche de confraternização, com homenagem a dirigentes da entidade

14h – Debate do Projeto de Lei Ficha Limpa, em discussão no Congresso Nacional, com o deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ)

Fonte: Feeb RJ/ES

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