O início foi de uma pequena associação, mas depois a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) agigantou-se na proporção dos desafios enfrentados e conquistou maturidade por todo esse período, revelando-se uma entidade combativa, forte e representativa. O cenário de sua existência, na verdade, sempre foi marcado por lutas, protestos e mobilizações de formatos múltiplos país afora.
Mobilização
O começo dessa trajetória foi a causa da jornada de seis horas, sem redução dos salários, o direito à sindicalização, a reclassificação nas tabelas salariais e nos planos de cargos e salários, a isonomia para os admitidos após dezembro de 1983 (benefícios e vantagens) e a equiparação salarial dos empregados da Caixa com trabalhadores de outros bancos federais.
A década de 80 foi palco de grandes mobilizações. Esse processo foi desencadeado pela organização e luta dos auxiliares de escritório por enquadramento como escriturários, desembocando na histórica greve de 30 de outubro de 1985, que assegurou a jornada de seis horas e o direito à sindicalização. Essa greve foi a primeira a ter repercussão nacional no âmbito da Caixa, levando a duas conquistas expressivas na campanha salarial de 1988: equiparação salarial com os trabalhadores do Banco do Brasil, com reajuste médio de 73,18%, e correção salarial pela inflação.
Resistência
Outra fase dura dessa trajetória ocorreu nos anos 90, quando a Fenae protagonizou, em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), a luta de resistência contra o desmonte da Caixa patrocinado por dois governos neoliberais sucessivos: Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. No governo Collor, por exemplo, empregados concursados foram demitidos em 1990 (2.600) e em 1991 (110).
Esses desligamentos arbitrários provocaram um movimento de resistência em cada lugar do país e, na época, a Fenae ofereceu suporte e coordenou, junto com os sindicatos de bancários, todo um processo de reintegração dos demitidos, através da campanha "Readmitir para não destruir a Caixa – um banco social". Resultado: a luta pela reintegração foi vitoriosa, constituindo-se em uma das principais conquistas do acordo coletivo firmado em outubro de 1990.
Na época, inclusive, o empregado da Caixa foi o único segmento da categoria no país a conquistar a reintegração dentro do governo Collor. A resistência à herança maldita deixada por FHC também foi imediata, irrestrita e passou a ser item prioritário do movimento associativo. No centro dessas mobilizações, a defesa do caráter público da Caixa e contra os ataques perpetrados aos direitos e conquistas dos empregados e aposentados.
Novas conquistas
A partir de 2003, a ascensão do primeiro operário ao cargo de Presidente da República – no caso, Luiz Inácio Lula da Silva – tornou possível ao movimento associativo dos empregados da Caixa galgar vôos ousados, como o de endossar iniciativas para reafirmar a Caixa como instituição pública e múltipla, levando ao resgate de direitos antes suprimidos e a novas conquistas. Isto significou, por exemplo, um salto de qualidade no padrão da luta do movimento dos trabalhadores da empresa, deixando para trás a mera mobilização de resistência.
Essa realidade está refletida, aliás, no fim da política de reajuste zero e em períodos sucessivos de aumentos reais de salários. Houve também o fim das demissões sem justa causa pela RH 008 e do processo de terceirização indiscriminada de serviços.
Na galeria de conquistas importantes desse período, aparecem ainda a elaboração e implantação do Saúde Caixa e a implantação do Novo Plano de benefícios, novo Estatuto e gestão compartilhada em todas as instâncias da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), assim como a retomada da luta por isonomia de benefícios para os técnicos bancários.
É bom deixar claro que a luta continua. Hoje, um dos focos da Fenae é a parceria com as Apcefs afiliadas. O propósito, nesse caso, é integrar os empregados da Caixa por intermédio de eventos políticos, sociais, culturais e esportivos realizados pelo Brasil. A atuação da entidade no mercado está colada a iniciativas em outras esferas e visa, sobretudo, dar suporte aos negócios do Grupo Fenae, através da holding FPC Participações Corporativas S/A.
Os frutos positivos colhidos nestes 41 anos são a prova cabal de que há muito o que comemorar nesta data de 29 de maio de 2012. É hora, portanto, de dizer com toda a emoção: Parabéns, Fenae!
Fonte: Fenae