No decorrer desse período, a Fenae esteve presente em lutas, protestos e mobilizações das mais variadas país afora, a exemplo da moradia, do movimento rural (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e da ascensão do primeiro operário ao cargo de presidente da República, o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Trinta e nove anos depois, uma constatação: a Fenae é resultado direto da história dos empregados da Caixa de todo o Brasil e dispõe de abertura para continuar servindo aos interesses destes trabalhadores e de toda a sociedade brasileira, sobretudo os setores mais carentes da população. Com base na experiência de cada gestão e na contribuição de um sem-número de empregados, a Fenae é hoje uma referência vital nas lutas do pessoal da Caixa, estando presente, inclusive, em todos os momentos em que os bancários se mobilizam em defesa da empresa.
A fundação data de 1971. Nessa época, por exemplo, a Fenae assumiu a causa da jornada de seis horas, sem redução de salários, e participou ainda da luta por reclassificação nas tabelas salariais e nos planos de cargos e carreiras, conquista que veio a ser obtida em 1974. Os anos 80 também foram marcantes, pois a Fenae atuou em diversas frentes de batalhas, entre as quais jornada de seis horas, direito à sindicalização, isonomia para os admitidos após dezembro de 1983 (benefícios e vantagens), reivindicações dos auxiliares de escritórios e escriturários básicos e equiparação salarial dos empregados da Caixa com trabalhadores de outros bancos federais.
Na primeira metade dos anos 90, um dos principais destaques foi a conquista da reposição de perdas inflacionárias. Entre 1995 e 2002, período de muitas dificuldades, devido às mazelas neoliberais da era de Fernando Henrique Cardoso, a Fenae esteve na linha de frente da resistência contra o desmonte e a privatização da Caixa Econômica Federal.
Mais recentemente, porém, o respaldo dado pela Fenae para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e para a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), sobretudo durante as campanhas salariais e as mesas de negociações permanentes, foi decisivo para os empregados da Caixa conquistarem o fim da política de reajuste zero e sucessivos aumentos reais de salários, o fim da RH 008 (relativa a demissões sem justa causa), a elaboração e implantação do Saúde Caixa, o Novo Plano e a gestão compartilhada em todas as instâncias da Funcef, a liberação de dirigentes para sindicatos e associações e a retomada de benefícios para os técnicos bancários rumo à isonomia de direitos.
Nestes 39 anos, a dimensão e o dinamismo alcançados pela Fenae decorrem de toda uma história do movimento associativo dos empregados da Caixa, cuja principal característica é a construção permanente. Essa construção, aliás, é movida pela luta, emoção e criatividade de diversas gerações que fizeram a Caixa e que a mantém de pé, com a missão de servir ao Brasil e à sua população.
Hoje, a Fenae atua em parceria com as Apcefs afiliadas e busca integrar os empregados da Caixa por intermédio de eventos políticos, sociais, culturais e esportivos realizados no Brasil inteiro. Isso se reflete, inclusive, na atuação da entidade no mercado, através de empresas abrigadas no guarda-chuva da holding FPC Participações Corporativas S/A, uma estrutura sociedade sem atividades operacionais, criada com a função exclusiva de dar suporte aos negócios do Grupo Fenae. Os braços comerciais da Fenae são a PAR Corretora de Seguros, a PAR Relacionamento, a PAR Saúde, a PAR Finanças, a PAR Cultural e a PAR Negócios Imobiliários. A plataforma utilizada por todas essas empresas é a do portal do Mundo Caixa.
No quesito responsabilidade social, as iniciativas da Fenae estão sob a coordenação da Gerência de Responsabilidade Social (Gerse), criada em junho de 2009. Entre os trabalhos desenvolvidos por essa área, os destaques são a aplicação dos indicadores do Instituto Ethos dentro das empresas do Grupo Fenae e o acompanhamento do programa Movimento Solidário, criado em junho de 2006 com o propósito de levar desenvolvimento econômico e social para a cidade de Caraúbas do Piauí (PI), com base nas oito Metas do Milênio estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Outra linha de atuação em responsabilidade social é o Lar das Crianças, em Petrópolis (RJ).
A Diretoria Executiva da Fenae é renovada a cada três anos em eleição direta, contando com a participação de todos os empregados da Caixa que pertençam aos quadros das Apcefs nos estados. O órgão máximo é o Conselho Deliberativo Nacional (CDN), composto pelos presidentes das associações do pessoal. No fórum do CDN, que se reúne a cada quatro meses, são debatidas e aprovadas todas as ações da Fenae, além da prestação de contas, do balanço anual e do orçamento da entidade.
No decorrer destes 39 anos, a Fenae esteve sob o comando dos seguintes presidentes: Arthur Ferreira de Souza Filho (gestão de 1971 a 1982), José Gabrielense Gomes Duarte (gestão de 1982 a 1986), Sérgio Nunes da Silva (gestão de 1986 a 1993), Carlos Alberto Caser (gestão de 1993 a 1999), Carlos Augusto Borges (gestão de 1999 a 2003) e José Carlos Alonso Gonçalves (gestão de 2003 a 2008). O atual presidente da entidade é Pedro Eugenio Beneduzzi Leite, cuja gestão encerra-se em 2011, já que foi eleito em 2008.
A Fenae congrega as Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcefs) dos 26 estados e do Distrito Federal. Possui sede própria em Brasília (DF) e conta com 32 funcionários, entre os quais três menores aprendizes. Os frutos positivos colhidos nestes 39 anos têm os pés fincados e os corações direcionados para a trajetória de lutas dos empregados da Caixa e para o trabalho de seu corpo de funcionários. Assim, estão de parabéns todos aqueles que fizeram e fazem a Fenae cada vez melhor e mais vibrante.
Fonte: Fenae