Bancários cobraram saúde, previdência e PLR; rodada segue nesta quarta
Repetindo a postura adotada por todos os bancos até aqui, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) negou a maioria das reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, na negociação específica realizada nesta terça-feira (13), em Fortaleza. A segunda rodada do processo negocial com o banco tratou das cláusulas relacionadas a benefícios, previdência e saúde do trabalhador.
O banco negou praticamente todos os itens da minuta relacionados a benefícios. Da pauta de benefícios, apenas duas voltarão ao debate: auxílio creche e financiamento de veículos. Todas as outras foram negadas. Entre elas, destacam-se os itens ligados à pauta de isonomia, especialmente a extensão da licença-prêmio para os bancários admitidos a partir de 1997. O banco justificou a série de negativas, dizendo que o gasto com a folha de pagamento de 2010 foi muito alto, o que inviabilizaria a concessão de novos benefícios.
Os representantes dos bancários rejeitaram esse argumento e cobraram do banco a apresentação desse crescimento das despesas com pessoal. "Queremos avaliar esse gasto, checando, por exemplo, com que setor do funcionalismo ele se deu", afirma Miguel. O banco se comprometeu a trazer as informações nesta quarta-feira (14), quando a negociação terá prosseguimento.
Saúde
Quanto às cláusulas de saúde do trabalhador, os itens relativos à Camed, plano de saúde dos funcionários do banco, foram encaminhados para uma reunião específica agendada para a semana que vem, em data a ser confirmada. Na ocasião, o banco se comprometeu a apresentar o resultado do grupo de trabalho e encaminhamentos aprovados internamente em relação ao plano de saúde.
Além disso, os bancários cobraram a instalação de equipamentos ergonômicos em todas as unidades do banco. A empresa afirmou que essa adaptação está sendo feita conforme avançam as reformas que estão alterando a identidade visual das unidades, que também contemplariam as questões de ergonomia e acessibilidade. Cobrado pelos bancários, o BNB ficou de apresentar o cronograma das obras.
Previdência
Nas reivindicações relativas à previdência, o BNB concordou com a criação de um grupo de trabalho (GT) para tratar especificamente da Capef, fundo de pensão dos funcionários.
"Por conta da grande importância e complexidade da questão, cobramos do banco uma dinâmica diferente no GT, para acelerar o processo de discussão. Dessa forma, vamos realizar uma reunião já na próxima semana para estabelecer um planejamento das ações do grupo de trabalho", diz Tomás de Aquino, coordenador da Comissão Nacional de Negociação dos Funcionários do BNB, órgão da Contraf-CUT que assessora o Comando.
O banco afirmou que já possui algum acúmulo em discussões internas a respeito do tema.
PLR
Uma informação preocupante foi trazida pelo banco à mesa de negociação. De acordo com os negociadores da empresa, até agora, o valor aprovado pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST) para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é de 9% do lucro líquido, o que representa um retrocesso em relação aos 14% que foram distribuídos pelo BNB em 2010.
"Com esse valor, o banco faz parecer que não pretende pagar a PLR Social, que distribuiu 5% dos lucros linearmente no ano passado. Se essa é a posição do governo, trata-se de um grande retrocesso e vamos precisar de muita mobilização para reverter", afirma Miguel.
O Sindicato dos Bancários do Ceará já está organizando atividade de mobilização junto aos trabalhadores no Passaré para a próxima quinta-feira (15). O Comando Nacional conclama os demais sindicatos a intensificarem a mobilização na mesma data.
A negociação continua nesta quarta-feira para tratar doas clausulas sindicais e funcionais.
Fonte: Contraf-CUT