O 4º Congresso da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro do Nordeste – Fetrafi/NE teve início da manhã deste dia 4 e vai até a tarde deste sábado, dia 5. Por conta da pandemia da Covid-19, o congresso ocorre inteiramente de forma virtual, obedecendo todas as regras legais para sua realização.

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, foi a convidada para a mesa inicial que tratou de conjuntura política e social, na manhã desta sexta-feira. “É necessário que seja compreendido que se hoje estamos muito próximos de chegarmos a meio milhão de mortos pela pandemia, foi por uma escolha. A CPI veio para deixar muito claro que Bolsonaro contava com o sucesso da estratégia da imunidade de rebanho. Ele escolheu não comprar vacinas, e é isso que o responsabiliza diretamente pelas mortes.” Para Juvandia, a luta para o ano de 2022 não será apenas a de eleger o presidente da república, mas um congresso nacional que dê suporte, que permita o presidente governar. “Se a gente na ampliar a bancada progressista, de esquerda, no congresso nacional, nós vamos continuar refém dessa política de negociação onde temos que dar espaço ao centrão e a direita.”

“Nós temos que pensar na organização, na formação das nossas lideranças, da nossa organização em rede de comunicação, não se pode mais brincar com a comunicação. Nós temos também os nossos congressos, o dos bancos públicos, dos privados, a conferência nacional que está dobrando o tamanho, pra ter oportunidade de fazer um grande debate e uma politização, no melhor uso do termo, da nossa atuação. Nós precisamos interferir nos rumos da história do nosso país”, finalizou a presidenta da Contraf.

Lutar contra os ataques do governo em meio à pandemia, organizando e/ou participando de movimentos em defesa da vida; Vacina para todos e todas; garantir a vacinação para todos os bancários e bancárias; exigir condições de sobrevivência para toda a população. Esses são alguns dos pontos da estratégia do plano de lutas apresentados para debate durante o período da tarde. Na ocasião, a presidenta do Sindicato de São Paulo, Ivone Silva, foi a convidada para explanar sobre as lutas do próximo período e realizar o debate com os participantes. Divididos em pequeno, médio e longo prazo, são pontos do plano de lutas:

Curto prazo:

  • Vacinas para todos; prioridade para todas as categorias que prestam serviços essenciais;
  • Contra o desmonte dos serviços e empresas públicas;
  • Combater a fome com a volta do pagamento do Auxílio Emergencial;
  • Discussão do teletrabalho (refazer em julho a pesquisa do ano passado);
  • Barrar a cobrança pelo cumprimento de metas abusivas;
  • Discutir as sequelas da Covid-19, que tem impactado o rendimento dos bancários(as);
  • Eleições de 2022 (E não se pode pensar somente na eleição presidencial, deve-se discutir a eleição para governadores, deputados estaduais e federais).

Médio prazo:

  • Organização do movimento sindical bancário, ante a mudança na estrutura dos bancos (quantos bancários trabalham em empresas que comercializam produtos virtualmente?);
  • Como encontramos os nossos bancários(as) hoje? (as contratações, as entrevistas, os currículos são todos eletrônicos. O Itaú já vendeu vários prédios por conta do trabalho não presencial);
  • Comunicação (Como a gente vai se comunicar com esses bancários?)
  • Uma central de relacionamento com os(as) bancários(as) (É necessário novas ferramentas de rede).

Longo Prazo:

  • Criação do Ramo – Criar uma nova identidade da classe trabalhadora (É necessário que se amplie a cobertura sindical para a pluralidade dos trabalhadores do ramo financeiro que têm perfis distintos e estão distribuídos de diversas formas).

Os trabalhos do último dia do congresso terão início às 8h30 deste sábado. Durante o dia serão ouvidas as falas dos convidados presidente da FETEC CN, Cleiton Silva, e do representante do DIEESE. O plano de lutas será colocado em votação ainda pela manhã e, no período da tarde, a nova diretoria será eleita para o período de 2021 a 2025.

Programação: