Mais uma vez, a terceirizada Fidelity, que presta serviços para o Bradesco e para o Real, negou o pagamento do abono de fim de ano para seus funcionários. Desde novembro o Sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e região vem batalhando para conseguir o bônus, mas a empresa tem feito pouco da reivindicação dos trabalhadores.
"No final do ano a Fidelity chegou a anunciar que atenderia ao pedido, mas era uma piada porque a empresa pagou R$ 10 para cada empregado. Por isso, também não levamos a sério aquele abono e voltamos a cobrar o pagamento de dois meses de vale-alimentação para todos. Mas a terceirizada novamente perdeu a chance de valorizar seus trabalhadores e negou o pedido", explica o diretor da Contraf-CUT, Lindiano José da Silva.
A desculpa da Fidelity para não atender à reivindicação é falta de dinheiro em caixa. A justificativa, assim como os R$ 10 pagos, soou como piada. "Quem passa na frente da sede da Fidelity acha que está numa concessionária de veículos importados. Tem oito Corollas parados lá, um de cada diretor. Só que basta entrar nas dependências da terceirizada para constatar o péssimo clima, com pressão e assédio moral por todos os lados e salários baixos", comenta.
Além de enriquecer os diretores, a alta cúpula da Fidelity também vai muito bem. Na última segunda-feira, dia 16, Edward Johnson e sua filha Abigail, que administram a Fidelity, foram eleitos pela Forbes em décimo lugar na lista dos bilionários mais poderosos do mundo.
Descaso – Lindiano destaca que o descaso com os trabalhadores é tão grande que a Fidelity já tem em mãos há muito tempo uma pauta de reivindicações dos funcionários, mas até agora não deu respostas. Entre os itens estão pedidos simples, mas importantes, com a extensão do vale-alimentação para as mães durante o período de licença-maternidade e a conversão do vale-refeição em alimentação.
"O pagamento do vale-alimentação para os trabalhadores com contratos parciais já foi negado pela empresa. O desrespeito com os funcionários é muito grande, por isso que assédio moral tomou conta de todos os ambientes de trabalho na Fidelity, especialmente no complexo São João. E quem denuncia o assédio por meio do hot line tem sua reclamação revelada ao chefe. Ou seja, a própria empresa incentiva esses verdadeiros capitães do mato a perseguirem seus funcionários", conclui Lindiano.
Fonte: Fábio Jammal Makhou – Seeb/SP