O filho do vice-presidente da República, General Hamilton Mourão (PRTB), ganhou um ‘presente’ do pai logo no começo de sua gestão. Antônio Hamilton Rossel Mourão, funcionário de carreira do Banco do Brasil, foi promovido de assessor empresarial da Diretoria de Agronegócio para Assessor Especial do presidente, saltando assim três níveis hierárquicos de uma vez.

Com a promoção, Antônio Hamilton passará de um salário de cerca de R$14 mil para R$35 mil, além de passar a integrar o Programa de Alternativas para Executivos em Transição (PAET), que garante bônus na saída do cargo para quem ocupou função no banco por dois anos, um valor que pode chegar a R$ 2 milhões.

A indicação contraria a política de promoções do banco e o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que combateria o aparelhamento de estatais e de empresas públicas.

“O BB possui métodos para promoção que vinha implantando há alguns anos, um processo que previa uma bolsa-executivo, além de critérios para promoção. Mesmo em cargos de indicação política, como é o caso do filho do vice-presidente, cabe ainda um critério objetivo e claro do que simplesmente ser filho”, ponderou o dirigente executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo e funcionário do BB, João Fukunaga.

Este grupo político sempre foi ágil em criticar o ‘aparelhamento do Estado’, mas sobre nepotismo fazem um silêncio obsequioso. Os representantes da ética e da moral não conseguem explicar este tipo de medida, então se calam

– João Fukunaga

Mourão responde

Para o vice-presidente, a nomeação foi “normal” e ocorreu por méritos de seu filho, funcionário de carreira do BB desde 2000.

“Sem comentários. Possui mérito e foi duramente perseguido anteriormente justamente por ser meu filho”, disse o General Mourão.

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