A 3ª Conferência Nacional dos Financiários definiu, nesta sexta-feira (4), a minuta de reivindicações que deverá ser apresentada à Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi), no início da Campanha Nacional da categoria, que tem como data base 1º de junho.

Jair Alves, coordenador do coletivo das financeiras, revela que o objetivo é manter a atual Convenção Coletiva de Trabalho, com ajustes. “Esta será a primeira negociação após a Reforma Trabalhista. Por isso temos que garantir a manutenção dos nossos direitos, com garantias de que a nova lei não nos afete.”

Antes da apresentação para a bancada patronal, o material deve passar pela avaliação do Comando Nacional dos Bancários e da categoria, por meio de assembleias.

Para Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, a grande batalha desse ano vai ser dialogar com os trabalhadores sobre o quanto as eleições são estratégicas para a gente. “Nós queremos manter nossos direitos ou queremos perder ainda mais direitos? A nova lei trabalhista trouxe uma série de prejuízos para a classe trabalhadora e nós não vamos resgatar isso se não mantivermos a democracia, o direito de manifestação popular. A gente precisa dizer isso para os trabalhadores. Está na hora de unir a classe trabalhadora, pois juntos somos mais fortes. A males que vem para o bem. O ruim disso tudo é a perda de direitos, mas o bom é uma classe trabalhadora mais unida, politizada e fortalecida.”

Na manhã desta sexta, Barbara Valejos, técnica do Dieese na subseção do Dieese na Contraf-CUT, fez um relato sobre a reunião de coordenação do Macrossetor de Serviços da CUT, realizada ontem, que mostrou a importância da organização de base. Barbara ainda abordou o compartilhamento das sindicalizações.

“A cada ano a Conferência Nacional dos Financiarios cresce na participação das representações e avança na qualidade dos debates específicos do ramo financeiro, o que me deixa muito otimista para conquistarmos mais”, afirmou Katlin Salles, do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

“Os financiarios do estado do Paraná, representados pela Fetec PR, precisam se engajar nesta luta, participando das instancias de deliberações e atos, para que juntos consigamos manter e agregar anseios da categoria” afirmou Eliane Fontana, Diretora do Ramo Financeiro na FETEC- PR.

Emprego

Na tarde de quinta-feira (4), Catia Uehara, economista do Dieese baseada no Sindicato dos Bancários de São Paulo, apresentou um estudo sobre o emprego nas financeiras. A Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS-MTE) registrou a existência de 5.624 financiários em dezembro de 2016. Essa categoria de trabalhadores representa 0,7% do total do emprego no sistema financeiro formal (853.575).

Quando se observa a evolução do emprego no setor financeiro no período compreendido entre 2006 e 2016, nota-se que os financiários tiveram aumento de 17,3% no emprego, passando de 4.796 trabalhadores em 2006 para 5.624 em 2016. Tal crescimento foi inferior à média observada para o Sistema Financeiro (28,7%).

Por outro lado, as financeiras aumentaram significativamente a contratação de correspondentes bancários no período. Em dezembro de 2007, as financeiras haviam contratado 4.134 correspondentes bancários. Em dezembro de 2016, esse número subiu para 34.568, representando aumento de 736,2%.

A remuneração média dos financiários aumentou 15,5%, em termos reais, entre 2006 e 2016, ganho superior àquela percebida na média do Setor Financeiro (7,6%).

Quanto ao perfil, os dados dos Registros Administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego, demonstram que as mulheres são maioria (57%) entre os financiários, porém, recebem remunerações, em média, 31,9% inferiores à dos homens.

Fonte: Contraf-CUT