Maior bancos suíço, o UBS concordou em entregar os nomes de até 300 clientes suspeitos de sonegação nos Estados Unidos – Líderes mundiais na gestão de fortunas, os bancos suíços perderam 1,41 trilhão de francos suíços (US$ 1,21 trilhão) em depósitos de seus clientes no ano passado, segundo o Banco Central da Suíça. Os saques aconteceram no ano em que os dois maiores bancos do país – o UBS e o Crédit Suisse – tiveram de reconhecer perdas contábeis bilionárias por conta de sua exposição a papéis "subprime" [segunda linha] do mercado imobiliário americano.

O volume de saques equivale a 27% do total de depósitos mantidos até o final de 2007 na Suíça, país de tradição bancária centenária e com regras diferenciadas de privacidade e sigilo dos correntistas.

No total, os bancos suíços ainda mantêm 3,82 trilhões de francos suíços (US$ 2,28 trilhões) em depósitos no país.

Segundo o BC suíço, a maior parte das retiradas – cerca de 882 bilhões de francos suíços (US$ 756,9 bilhões)- foram solicitadas por clientes de origem estrangeira.

O BC suíço não detalha quanto cada banco perdeu em depósitos dos clientes, mas tanto o UBS quanto o Crédit Suisse reconheceram que perderam "bilhões" por meio de saques dos correntistas no passado.

O UBS, o maior banco no país, informou que os saques líquidos (descontados os depósitos) chegaram a 226 bilhões de francos suíços (US$ 705,4 bilhões) em 2008. No ano anterior, o mesmo banco teve depósitos da ordem de 140,6 bilhões de francos suíços. O banco teve prejuízo de 19,7 bilhões de francos (US$ 16,9 bilhões) em 2008.

Já o Crédit Suisse teve perdas de 8,2 bilhões de francos (US$ 7,04 bilhões) em 2008 e reconheceu o saque de "dezenas de bilhões" em depósitos dos correntistas.

O governo suíço já lançou um pacote de socorro aos bancos, de US$ 60 bilhões. E o Banco Central fechou acordo com os principais BCs do mundo para elevar a liquidez do sistema.

Sonegação – Na semana passada, o UBS admitiu que ajudava clientes americanos a montar esquemas para não pagar impostos. Para evitar um processo criminal, o banco concordou em pagar US$ 780 milhões e entregar às autoridades americanas os nomes de 250 a 300 clientes suspeitos de fraude.

O fisco americano exige ainda que o UBS libere informações sobre outras 52 mil contas secretas mantidas na Suíça, que também seriam suspeitas de sonegação. O banco suíço acusou os EUA de ignorar a soberania do país ao pedir que seus funcionários desrespeitem as regras locais para quebrar o sigilo dos clientes.

Como prova de fraude, o governo americano apresentou a troca de e-mails de executivos com clientes, nos quais oferecia o que chamavam de "solução suíça" para sonegar impostos.

Fonte: Folha de Sâo Paulo