O governo dos EUA revisou para baixo a estimativa de custos com o pacote de US$ 700 bilhões aprovado em 2008 para salvar instituições financeiras. A projeção de custo foi reduzida em US$ 200 bilhões, o que abre espaço para o uso dos recursos em um plano de estímulo para a criação de empregos.

Segundo as novas estimativas do Tesouro, o programa de socorro a bancos custará US$ 141 bilhões. As projeções anteriores, realizadas em agosto, apontavam o montante de US$ 341 bilhões. A diferença é que, com a recuperação de Wall Street, os bancos estão procurando quitar as dívidas com o governo americano. Além disso, os investimentos feitos pelo governo estão rendendo mais do que o esperado.

O programa nunca foi bem-visto pela população americana. Além de procurar melhorar a imagem, os bancos querem se livrar das amarras impostas pelo governo às instituições que receberam recursos.

Existe o receio no setor de que os bancos com auxílio governamental em caixa acabem se tornando menos competitivos. Até agora, os bancos já devolveram US$ 70 bilhões. Até o fim de 2010, o governo espera ter recebido de volta US$ 175 bilhões.

Uma das negociações que devem ser mais complicadas é a do pagamento por parte do Citigroup. De acordo com a Reuters, o banco e o governo discordam sobre o valor que deve ressarcido aos cofres de Washington.

É que, além dos US$ 45 bilhões estatais injetados na instituição, o governo (que hoje é um dos principais acionistas do banco) se comprometeu a garantir parte de ativos problemáticos que somavam US$ 182 bilhões – e há divergências sobre como a Casa Branca deixaria de avalizar esses papéis.

O programa de socorro vence no fim deste ano, mas é possível que seja prorrogado até o fim de 2010. O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse na semana passada que ainda existem partes do sistema financeiro que precisam do suporte.

Com a previsão de custos menores, congressistas já discutem o que pode ser feito com o dinheiro que voltará para as mãos do governo.

De um lado, os republicanos afirmam que os recursos devem ser usados para suavizar a dívida pública. Os democratas argumentam que o governo precisa aproveitar o dinheiro para injetar recursos em um programa de estímulo à criação de vagas.

Fonte: Folha de São Paulo /Janaina Lage, de Nova York

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