O Fórum Social Mundial 2018 reuniu mais de 60 mil pessoas, de 120 países, em Salvador, Bahia, entre os dias 13 e 17 de março. O tradicional evento destacou este ano o tema: “Resistir é criar. Resistir é transformar!” e contou com a presença da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), para discutir sobre “A Era do Capital Improdutivo: o FSM e a ampliação das resistências”, no dia 14.
Durante o diálogo, a vice-presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, questionou a irresponsabilidade social dos bancos no Brasil. “Embora sejam uma concessão pública, as instituições financeiras não ajudam no desenvolvimento do país. Muito menos na desconcentração da riqueza. Pelo contrário. Tiram recursos da sociedade e concentram renda. Por isso, em 2017, ano marcado por uma profunda crise e desemprego elevado, lucraram mais de R$ 65 bilhões. E esse dinheiro vem de fundos públicos”, disse.
Com o objetivo de promover a transformação do ser humano em busca de “Um outro mundo possível”, as discussões ressaltaram a necessidade de união das forças progressistas para a reconstrução da democracia. Conclusão, essa, que ficou mais evidente com o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), no dia 14 de março, no Rio de Janeiro, enquanto o evento acontecia.
Para o secretário de Comunicação da Contraf-CUT, Gerson Carlos Pereira, a ocasião foi importante para debater e definir novas alternativas e estratégias de enfrentamento ao neoliberalismo, aos golpes antidemocráticos e genocidas, que muitos países estão enfrentando. “O fórum discutiu propostas e incentivou os participantes a pensarem em saídas comuns para a humanidade, numa ótica solidária, democrática e de respeito às diversidades. Estamos em tempos de atos de violência e ódio e precisamos nos organizar e continuar a defender o diálogo e pregar a paz”, comentou.
Lançamento do Comitê Internacional de Solidariedade à Luta e à Democracia
Durante o evento foi lançado o Comitê Internacional de Solidariedade à Luta e à Democracia, que contou com a presença do ex-presidente do Brasil, no dia 15. Na ocasião, Lula ressaltou o papel dos movimentos sociais para a defesa da democracia. “Querem me prender para calar minha voz, eu falarei pela voz de vocês, querem me prender para eu ficar preso numa cela e não poder andar, eu andarei pela perna de vocês, querem me prender para que eu não continue na luta, mas vocês continuarão”, disse.
O Fórum Social Mundial 2018 encerrou-se no sábado (17) e deixou a expectativa da criação de um outro mundo possível. Além da Contraf-CUT, a CUT, sindicatos, federações, movimentos sociais, ativistas e artistas também participaram das atividades.