Com o objetivo de ampliar os debates e articulações para barrar projetos de reestruturação que visam a privatização da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e BNDES, foi lançada nesta terça-feira (5), na Câmara Municipal de João Pessoa, a Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos. Centrais sindicais, parlamentares, bancários (as) e demais entidades participaram da atividade.

O vereador Marcos Henriques, autor da propositura da Audiência Pública, saudou os presentes e compôs a mesa com as seguintes personalidades:  Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT); Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEE/BB); Dionísio Reis, coordenador da Comissão de Empresa dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa); Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Executiva dos Funcionários do BNB (CEF/BNB); Magali Pontes, representante da CUT-PB;  Sandra Trajano, secretária de finanças da Fetrafi-NE; Rostand Lucena, presidente do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região; e o vereador Tibério Limeira (PSB-PB), que secretariou os trabalhos.

Para o propositor da iniciativa, Marcos Henriques (PT-PB), a sociedade tem que questionar quem ganha com a privatização e lembrar a serviço de quem está esse governo golpista. “A primeira atitude desse governo foi congelar os investimentos em saúde e educação, juntamente com o parlamento, e logo depois empurraram goela abaixo a terceirização irrestrita. Em seguida, foi a vez de burlarem os direitos dos trabalhadores com a famigerada reforma trabalhista. Achando pouco, agora querem vender a Amazônia, a Casa da Moeda e as empresas estatais, entre elas os bancos públicos. Por que querem se desfazer do patrimônio do povo brasileiro?”, questionou.

“Não poderíamos deixar de trazer esse debate para dentro do poder legislativo municipal, pois sabemos da importância que os bancos públicos têm; afinal, são eles que gerenciam as políticas públicas do país. E quem sai ganhando com essas privatizações? Com certeza, não são os trabalhadores, a maior vítima da ganância dos poderosos”, acrescentou.

Para o Deputado Estadual, Anísio Maia (PT-PB), a sociedade tem de ficar alerta para o serviço terrorista que a mídia golpista vem prestando, ao encobrir esse temeroso cenário de privatizações, defendendo-as como solução para o mar de corrupção que se alastra dentro de um governo corrupto.

Segundo ele, basta analisar como funciona o projeto desse governo golpista neoliberal. “Se pegarmos como exemplos dois tipos de economia, teremos uma popular direcionada aos projetos populares e outra capitalista, adotada pelos banqueiros e o seu ‘deus mercado’, onde nada é em função do povo e tudo gira em função dos rentistas e do capital internacional. Prova disso, são  justamente as privatizações, que servem a todo mundo; menos ao povo brasileiro”, arrematou.

O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, destacou a importância do evento. “As Frentes são fundamentais por que mostram a importância que os bancos e as empresas públicas têm diariamente na vida das pessoas; e, por isso, precisam ser protegidas”, afirmou.

Sobre as expectativas em relação à Frente, Roberto destaca outras iniciativas que fortalecem esse cenário em defesa do patrimônio brasileiro. “Esse governo golpista tem feito um desmonte de empresas e bancos públicos, como estamos acompanhando o que está ocorrendo com a Petrobrás e os Correios. Precisamos mostrar os riscos e estamos fazendo isso com as Audiências Públicas, o Comitê Nacional em Defesa dos Bancos Públicos e a articulação de comitês em todos os estados e sindicatos, para que possamos mostrar essa defesa junto com a sociedade e com a Frente Parlamentar Mista, que fará um debate do ponto de vista legislativo para barrar esse processo”, salientou.

Ao analisar a conjuntura política, Roberto, reiterou o compromisso que o movimento sindical tem em alertar à sociedade acerca do leilão das riquezas do país. “Tínhamos dois projetos em disputa, um neoliberal e outro democrático popular e distributivo que foi golpeado. Aquele programa apresentado, que foi derrotado, trazia força à economia com desenvolvimento social. Totalmente diferente do atual, que coloca em primeiro plano o acúmulo de capital para uma minoria, representada pelo capital rentista e seus projetos privatistas. Ao contrário do que eles pensam, sabemos que dificilmente um estado consegue resolver as suas desigualdades se ele não tiver ferramentas públicas. O estado que não tiver um banco público que amenize as desigualdades sociais, tem poucas possibilidades de crescimento com qualidade. O banco público tem outro viés, ele se orienta por uma questão social”, enfatizou.

Segundo a dirigente sindical Magali Pontes, esse desmonte que esta sendo denunciado, vai se dando aos poucos, vai se esvaziando de funcionários, precarizando as condições de trabalho, fechando agências; é como se fosse uma árvore, que a cada dia perdesse um galho. É preciso desmontá-los por dentro, deixá-los ocos, para que a população acredite que ele realmente deve ser privatizado. O desmonte é pra criar nas pessoas o discurso de que a privatização é a solução; Faz parte do processo do desmonte do Estado brasileiro, que ataca frontalmente a soberania nacional”, alertou.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves, o fortalecimento de iniciativas que façam o enfrentamento ao desmonte dos bancos públicos tem que fazer parte da rotina de toda a sociedade. “Toda essa luta é em defesa do patrimônio do povo brasileiro. Os sindicatos e suas federações estão fazendo sua parte para que trabalhadores e trabalhadoras se conscientizem e, coletivamente, estejam diariamente lutando contra o desmonte dos Bancos Públicos e a privatização das empresas estatais. Só a luta, garante!”, concluiu.

Ao final das falas dos componentes da mesa, o debate foi aberto à plenária, composta por representantes dos movimentos sociais, Centrais Sindicais, bancárias, bancários e demais presentes.

Fonte: Seeb-PB