Mais de três décadas depois, neste dia 10 de junho de 2010, ele comemora com o povo africano e milhões de pessoas, de todas as nações, a Copa do Mundo em seu continente. Porém a esperada participação de Mandela na abertura do mundial de Joanesburgo não se concretizou.
O ex-presidente sul-africano, com 91 anos, se encontrou com Jerome Valcke, secretário-geral da Fifa, e Danny Jordaan, chefe do comitê organizador local, que levaram o troféu de 18 quilates até o prédio da Fundação Nelson Mandela em Johannesburgo.
Valcke disse que Mandela foi um dos arquitetos da Copa do Mundo de 2010. "Para nós, não havia maneira do troféu chegar ao país e não ser levado primeiro para Mandela". O troféu da Copa do Mundo começa uma turnê nacional na África do Sul na sexta-feira, a partir da Cidade do Cabo.
Jordaan disse que foi "um momento emocionante e alegre" trazer o troféu de volta para Mandela.
"Foi tão maravilhoso ver Madiba, em Zurique, no dia que a África do Sul ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2010", disse Jordaan. "Tão feliz, com lágrimas de alegria rolando pelo seu rosto. Portanto, é um momento muito emocionante e alegre trazer de volta o troféu para ele, um símbolo do futebol mundial com um símbolo mundial da humanidade".
Mandela utilizou o esporte na unificação do país. Apareceu na final do Mundial de Rúgbi de 1995 usando o uniforme da equipe do país. A camisa já tinha sido associada ao racismo e o rúgbi era considerado um esporte apenas de brancos, até a ação de Mandela. A África do Sul faturou o título ao derrotar a favorita Nova Zelândia na final.
Ele também usava uma camisa da seleção sul-africana de futebol quando o país venceu o Campeonato Africano de Nações em 1996. A história rendeu o filme "A luta pela liberdade", dirigido por Bille August.
Um filme sobre a trajetória de Mandela também foi exibido no show da Copa de 2010, na tarde desta quinta. Ao longo da abertura aconteceram apresentações de artistas africanos, com letras carregadas de significado que falavam da história de libertação do regime de apartheid.
Fonte: AP