São Paulo – Na Fidelity, maior terceirizada de serviços bancários do país, quem quer ver seus direitos respeitados ganha de presente sua demissão. Foi o que aconteceu com uma funcionária que em abril deste ano completaria 11 anos de serviços prestados à empresa.
Em novembro do ano passado, ela e outros três funcionários da Fidelity Bancos que trabalham no site São João decidiram procurar o supervisor regional para expor o problema que enfrentavam e pedir soluções para eles. "Estávamos todos com salários e valores de VA e VR defasados há muito tempo, de forma irregular, então decidimos ir exigir nossos direitos. O supervisor disse que a gente tinha razão e que ia resolver os problemas, mas só regularizou a situação de duas pessoas. No meu caso, ela só acertou o salário e deixou os tíquetes com o valor errado", explica a trabalhadora, que, consciente de seus direitos, continuou insistindo com a direção da Fidelity. A última vez que ela procurou o supervisor foi no final de janeiro.
No dia 17 de fevereiro, veio a notícia: havia sido demitida. "A desculpa que me deram foi problemas financeiros da empresa, mas eu não acredito nisso, acho que foi mesmo porque eu fui pedir aumento. Os outros três colegas que pediram reajuste comigo não foram demitidos porque tem problemas de saúde ou estão em pré-aposentadoria e, com isso, têm estabilidade", explica.
Melhor do setor – Era comum que os colegas da ex-funcionária da Fidelity comentassem que ela era a melhor funcionária do setor onde trabalhava, o malote do Real. "Eu não faltava, não atrasava, sempre cumpri minhas obrigações. Mesmo quem me demitiu, disse que eu era uma ótima funcionária. Se foi mesmo um problema financeiro, então porque só eu fui demitida?", questiona.
Para o diretor da Contraf-CUT Lindiano José da Silva, isso faz parte da estratégia da direção da Fidelity para desestimular os funcionários a lutarem por seus direitos. "Como é que pode num mês aumentar o salário e no outro demitir?", pergunta o sindicalista.
Fonte: Danilo Pretti Di Giorgi – Seeb/SP