O dia nacional de mobilização pela jornada de seis horas para todos os funcionários do Banco do Brasil promete cobrar emprego decente e pressionar a direção do BB nesta quinta-feira, dia 11, em todo país. A atividade, que está sendo organizada pela Contraf-CUT, federações e sindicatos, foi aprovada no 22º Congresso, realizado nos dias 9 e 10 de julho, em São Paulo.

"A jornada de seis horas para todos está na pauta específica dos bancários do BB, bem como a contratação de mais 5 mil funcionários para diminuir a sobrecarga de trabalho a que os trabalhadores vêm sendo submetidos cotidianamente", afirma Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. "Queremos emprego decente", destaca.

"Ao insistir no descumprimento da legislação trabalhista, o BB vem sofrendo milhares de derrotas na Justiça. O mais impressionante é que o crescimento vertiginoso do passivo trabalhista parece não incomodar nem um pouco o Conselho Diretor do BB, que assiste de camarote à avalanche de processos judiciais cobrando a sétima e a oitava horas", critica Araújo. "Os sindicatos não aceitam e repudiam qualquer retaliação do banco com as pessoas que procuraram seus direitos na Justiça", alerta o dirigente sindical.

"Vamos mostrar nesta quinta-feira para a direção do BB a importância e a oportunidade de garantir a jornada de seis horas para todos, ainda mais neste momento em que o banco apurou lucro recorde de R$ 6,26 bilhões no primeiro semestre", salienta Araújo.

"Com a terceirização e o uso fraudulento dos correspondentes bancários (o Mais BB, sem funcionários do banco), as receitas com prestação de serviços do BB atingiram R$ 8,49 bilhões no primeiro semestre. Já as despesas de pessoal atingiram R$ 6,50 bilhões, o que significa que o BB cobre 1,30 vezes a folha de pagamentos do funcionalismo somente com as tarifas, piorando as condições de trabalho e promovendo emprego indecente", dispara Rodrigo Britto, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília.

A jornada de seis horas é uma conquista histórica da categoria bancária, encontra-se definida em lei e precisa ser cumprida pelo BB. "Isso deve valer para todos os funcionários do banco, inclusive comissionados, sem nenhuma redução de salário", enfatiza o coordenador da Comissão de Empresa.

Em Brasília, a mobilização será realizada na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul. "Chegou a hora de o funcionalismo mostrar que está realmente disposto a lutar por respeito a um direito já conquistado desde a década de 1930", conclui Araújo.

Veja as propostas dos funcionários do BB sobre jornada de trabalho:

– 6 horas para todos os comissionados sem redução de salários
– Contratação de mais 5 mil funcionários;
– Todos os aplicativos de trabalho no BB devem ser vinculados ao ponto eletrônico;
– Integração de 15 minutos de intervalo na jornada;
– CABB – Integração de 20 minutos de descanso na jornada;
– Caixas – pausa de 10 minutos a cada hora de trabalho;
– Concessão de um folga para provas de certificação;
– Garantir o estudo para certificações dentro do horário de expediente;
– Horas extras com pagamento de 125% da hora normal;
– Fim da compensação de banco de horas do SISBB e pagamento de 100% das horas extras para todos;
– Reclassificação de todos os dias de greve dos anos anteriores (2005 a 2010).

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Brasília