As decisões autoritárias parecem fazer escola também entre as patrocinadoras. A Gerdau, gigante nacional do setor de siderurgia, demitiu o conselheiro fiscal da Fundação Jorge Carneiro, eleito recentemente pelos participantes.
Esta é mais uma tentativa de criar dificuldades para que os trabalhadores acompanhem a gestão de sua entidade de previdência e interfiram na administração de suas reservas e na preservação e segurança de seu plano de previdência.
A Anapar já protestou junto à empresa, fazendo coro a entidades de classe dos trabalhadores da Gerdau, e solicitou a interferência da Secretaria da Previdência Complementar. Todos exigem que seja revertida a demissão, para que a vontade dos participantes seja respeitada.
Mais do que nunca é fundamental que seja aprovado projeto de lei que dê estabilidade aos dirigentes das entidades de previdência. Este é um dos temas que serão debatidos no seminário que a Anapar promove nesta quarta-feira, dia 16, na Câmara dos Deputados.
Nucleos demite candidato que disputou eleição
Em recente medida no mínimo questionável, a direção do Nucleos demitiu, sem justificativa consistente, o candidato que concorreu ao cargo de Diretor de Benefícios da entidade, Arthur Cezar Ferreira. Funcionário da entidade há mais de oito anos, trabalhando na área de benefícios, Arthur concorreu com apoio da Associação dos Empregados da Nuclep. Obteve 346 votos, ficando em segundo lugar na disputa.
Segundo denuncia de André Luiz Fernandes de Almeida, representante da Anapar no Rio de Janeiro, "a demissão não pode ter sido motivada pela sua atuação na área de benefícios, pois sua votação expressiva mostra a confiança de um grande número de participantes em seu trabalho". O desligamento de Arthur é mais uma das várias demissões que têm sido feitas no Nucleos, e muitas das vagas têm sido ocupadas por funcionários egressos do Aerus, o fundo de pensão dos funcionários da Varig.
A demissão merece o repúdio das entidades de classe, inclusive da Anapar, que vêem como descabida esta atitude de retaliação sobre um companheiro que disputou democraticamente a representação dos participantes.
O processo eleitoral do Nucleos teve início com uma antidemocrática regra de impedir a inscrição de candidatos que litigassem em processos contra a própria entidade ou contra as patrocinadoras, com objetivo claro de impedir que dirigentes de entidades de classe pudessem participar das eleições. A Anapar, na época, denunciou a discriminação, inclusive junto à Secretaria da Previdência Complementar.
Fonte: Anapar