Mais uma vez, a falta de medidas efetivas que garantam a segurança dos funcionários do Bradesco gerou vítimas e traumas. Entre terça e quarta-feira, dias 16 e 17, um gerente do banco foi sequestrado e os familiares viraram reféns no bairro São João Batista, região de Venda Nova em Belo Horizonte.

A esposa e dois filhos do bancário ficaram sob ameaça dos bandidos por mais de 17 horas. A intenção deles era cometer o crime chamado de "sapatinho", obrigando o gerente a sacar dinheiro de sua unidade de trabalho.

Segundo a polícia, criminosos saíram de carro com a família do gerente durante a madrugada e, às 7h de quarta-feira, um dos bandidos, que permaneceu na residência com o bancário, disse ao gerente que ele deveria seguir para o trabalho normalmente. Na agência, ele teria que sacar dinheiro e entregar ao bando.

Em pouco tempo após a chegada do bancário à unidade de trabalho, a polícia foi acionada por algum funcionário que percebeu seu nervosismo. Com a chegada e o cerco de viaturas, os criminosos desistiram da ação e libertaram a família do bancário na BR-040, no bairro Veneza, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte esteve presente na unidade de trabalho na quarta-feira, representado pelos diretores Paulo Correa e Welington Cruz, para impedir a sua abertura. Apesar da intransigência inicial do Bradesco, a agência permaneceu fechada durante todo o expediente.

Além disso, o Sindicato exigiu e conseguiu que o banco liberasse os funcionários envolvidos no sequestro e oferecesse acompanhamento psicológico a esses bancários.

Para o funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato, Paulo Correa (Capela), o descaso com a segurança fica evidente na postura adotada pelo banco após o crime. "Fomos informados que a regra do banco é que nunca se pague o resgate, já que, segundo afirmam, em todos os sequestros os reféns foram liberados mesmo sem o pagamento. Isso demonstra a falta de importância que o Bradesco dá à vida humana, à integridade de seus funcionários e de suas famílias", afirmou.

O também funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato, Welington Cruz, ressalta que o Bradesco foi o grande banco brasileiro que menos investiu, proporcionalmente, em segurança em 2012.

"De acordo com estudos do Dieese, o Bradesco investiu apenas o equivalente a 3,7% de seus lucros do ano na segurança das unidades de trabalho. Mesmo com lucros bilionários, o banco ainda deixa seus funcionários, clientes e usuários vulneráveis a ações como a ocorrida nesta semana. Continuaremos exigindo que o banco tome providências para garantir mais segurança e que preste toda a assistência necessária aos trabalhadores", enfatizou.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb BH