Pelo terceiro dia consecutivo, gerentes da Caixa Econômica Federal são obrigados a trabalhar até às 21h. A extrapolação das horas extras é uma punição aos gestores que não bateram as metas referentes ao Pronampe, programa de financiamento criado pelo governo federal na pandemia para as micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
“Os recursos destinados ao Pronampe só serão disponibilizados até o final deste ano. Após isso, não será mais possível contratar o programa. Entretanto, por má gestão ou má fé não houve o planejamento adequado e agora a Direção da Caixa fez essa escala absurda de trabalho que caracteriza a prática de assédio moral contra os que se doaram de corpo e alma para atender ao público durante a pandemia, no pagamento dos benefícios sociais. Em vez do merecido descanso, receberam uma carga ainda mais pesada, o que é um absurdo”, desabafou Silvana Ramalho, empregada da Caixa e secretária geral do Sindicato dos Bancários da Paraíba.
Como as agências abrem às 8 horas, os empregados que chegam por volta das 7h30 e trabalharão até 21 horas extrapolam o que define o artigo 66 da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) sobre o intervalo interjornada: “entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso”. Além disso, a extrapolação na jornada excederia – e muito – o limite de duas horas extras diárias previsto na legislação. A determinação da Caixa aumenta também as chances de contágio por Covid-19, já que reúne, em um mesmo local, empregados de diversas agências.
A decisão de Pedro Guimarães, Paulo Ângelo, Girlana Granja Peixoto e Thays Vieira de estender o horário de funcionamento das unidades, além dos evidentes prejuízos à saúde dos empregados, coloca em risco a segurança pessoal dos trabalhadores e patrimonial da empresa.
“Como se não bastasse a sobrecarga de trabalho e as cobranças de metas abusivas em plena pandemia, a direção de Caixa, de forma desrespeitosa, constrange os gerentes a trabalharem até 21h nos últimos dias do ano. Isso é desumano, é cruel. Essa equipe de Pedro Guimarães extrapolou todos os limites, mostrando que está sintonizada com a falta de empatia de Jair Messias Bolsonaro, que não está nem aí para os problemas do povo brasileiro e muito menos dos trabalhadores, de quem ele segue retirando direitos”, disse o presidente do Seeb-PB, Lindonjhonson Almeida.
Fonte: Seeb – PB, com Apcef-SP.