Os assaltantes geralmente agem em dupla. Um deles entra no banco, como se fosse um cliente, e observa quem está fazendo saques em dinheiro. Depois passa as informações para outro comparsa, que ficou do lado de fora.
Atrás do caixa eletrônico, a câmera de segurança mostra um homem que não levanta suspeitas. Ele se passa por cliente, mas na verdade está de olho em quem sai com dinheiro. O homem avisa o comparsa. O golpe da saidinha de banco começa sempre do mesmo jeito e pode ter um fim trágico.
Esta semana, André Luiz Dantas de Souza, de 37 anos, foi morto com três tiros enquanto esperava a mãe no estacionamento da agência. No mesmo dia, outras duas vítimas de ações criminosas semelhantes prestaram queixa à polícia.
Não há uma estatística sobre a frequência desse tipo de crime em São Paulo, mas as delegacias da cidade registram todos os dias casos de assalto na saída de banco. Normalmente em dupla, os bandidos escolhem a vítima, levam o dinheiro que foi retirado no caixa eletrônico e usam uma moto para fugir. Na tarde de terça-feira (22), um bandido foi preso em flagrante na Zona Leste quando abordava a vítima. Assustado, o comerciante, que sacava R$ 2 mil, não quis gravar entrevista.
Algumas cidades têm adotado medidas para reprimir a ação dos criminosos. No Pará, biombos foram instalados escondendo os caixas. Em São Roque, interior de São Paulo, e em Teresina, no Piauí, uma lei proíbe o celular dentro das agências. O mesmo acontece em Minas Gerais, que também mandou instalar os biombos. À população, resta ficar mais atenta.
"Em primeiro lugar, a pessoa observar as pessoas que estão ao redor é muito importante. A pessoa precisa observar, e não entrar no banco totalmente desligado da vida. Tem de estar muito atento", orienta o delegado José Matallo Netto.
Projetos de proibição do celular e de instalação de biombos estão em discussão em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Paraná. Mas, para a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), os biombos podem aumentar a insegurança, porque eles dificultam a visão dos vigias e das câmeras de segurança do banco.
O ideal é nunca sacar grandes quantias. Quando isso for absolutamente necessário, pelo menos evite fazer o saque no caixa. Uma solução é conversar com o gerente do banco e pedir para receber o dinheiro num local mais discreto dentro da agência.