O assunto, no entanto, é polêmico. Tanto que, em 2009, quando os juros estavam em 10,25% ao ano, com possibilidade de baixarem para um dígito, o governo ficou preocupado e apresentou uma proposta que previa a cobrança de Imposto de Renda (IR) para depósitos acima de R$ 50 mil. O temor era de que, num cenário de juros baixos, os investidores deixassem fundos de renda fixa para colocar seu dinheiro numa remuneração garantida, o que poderia provocar um desequilíbrio no mercado.
A ideia provocou alvoroço e a equipe econômica foi acusada de tentar prejudicar os pequenos poupadores. Com a volta das pressões inflacionárias e da alta de juros, o assunto acabou sendo deixado de lado temporariamente.
Mesmo assim, a ideia dos técnicos é tratar da remuneração da poupança ainda em 2011 para que o assunto seja amplamente discutido pela sociedade e tenha chances de avançar antes do fim do mandato da presidente Dilma Rousseff. O objetivo é dar condições ao Banco Central para reduzir juros, permitindo à economia crescer em patamares mais elevados sem ter que se preocupar com esse tipo de entrave.
A nova fórmula para a correção ainda está em estudo, mas a ideia é que ela varie de acordo com a flutuação das taxas de juros. A ideia de 2009 de cobrar IR sobre depósitos mais elevados era apenas emergencial, num momento em que não havia espaço para tratar da remuneração de fato.
Fonte: O Globo / Martha Beck