A 16ª edição do Grito dos Excluídos ocorre nesta terça (7) em várias cidades, paralelamente ao desfile em comemoração à independência do Brasil. O lema da mobilização este ano é "Onde Estão os Nossos Direitos?" e a bandeira principal é a participação popular na luta para garantir e ampliar esses direitos.
No Rio de Janeiro, haverá manifestações no centro do Rio e também em Campos dos Goytacazes, Volta Redonda e na região serrana.
Integrante da Campanha pelo Limite da Terra no Rio, Léo Haua ressaltou que o plebiscito popular sobre o assunto ocorre no estado de 1º a 10 de setembro e que o Grito dos Excluídos será o melhor momento.
"Vamos levar as urnas para discutir a concentração de terra no país ao centro do Rio, como instrumento de democracia direta. Se esse limite for aprovado como emenda constitucional, conseguiremos terra suficiente para assentar cerca de 4,5 milhões de famílias, atingindo somente 1% dos proprietários. Fora isso, outras bandeiras da classe trabalhadora, como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, contra as remoções, pelo direito à moradia digna, pela democratização dos meios de comunicação, vão se encontrar nesse espaço", observa Haua.
Tobias Faria explica que além das duas plenárias nacionais realizadas durante o ano para a organização do Grito dos Excluídos, são articuladas atividades antes da manifestação, com pequenas ações descentralizadas. Nesses encontros são feitas análises teóricas, em que os movimentos sociais recebem uma formação política com espaços de debates, denúncias e reivindicações das organizações que são tornadas públicas.
O representante do Rio afirma que não há uma análise única da conjuntura política no Brasil, mas reconhece avanços no governo, apesar de o movimento ser apartidário.
"Fazemos uma análise de que houve avanços em relação a este governo, mas que também ocorreram retrocessos, como o da mobilização popular. Do ponto de vista eleitoral, buscamos uma independência em relação ao conjunto de forças que compõem o grito. Mas a nossa leitura é de que o processo eleitoral é extremamente esvaziado do processo político. Lamentavelmente, os dois principais candidatos não pautaram absolutamente nada dentro daquilo que nos interessa: não se discutiu o modelo econômico, a reforma agrária, a brutal agressão ao meio ambiente, e estamos tentando fazer esse debate durante o processo eleitoral", conclui Faria.
Fonte: Agência Brasil