Crédito: Augusto Coelho – Fenae
Empregados debateram propostas dos congressos estaduais
Rede de Comunicação dos Bancários (*)
Não ao trabalho gratuito, mais contratações e isonomia
A contratação permanente de novos empregados e o fim do trabalho gratuito, com a jornada de 6h para todas as funções sem redução salarial e fim do registro de horas negativas no Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon), foram as principais propostas discutidas para as negociações permanentes e a Campanha Nacional 2012 no âmbito da Caixa. As demandas foram apontadas por delegados e delegadas do 28º Conecef que participaram do grupo de trabalho que discutiu carreira, jornada, Sipon, isonomia, contratação e papel da Caixa.
Em relação à carreira, uma das propostas em destaque é a criação de um comitê de acompanhamento dos Processos Seletivos Internos (PSIs) e do Bancop, com a participação dos empregados. Outra reivindicação é a concessão de 1 delta a cada dois anos pelo período em que não houve promoção por mérito nos PCSs de 1989 e 1998.
Os participantes reafirmaram a luta por isonomia de direitos entre novos e antigos empregados, com ênfase para a extensão da licença-prêmio e do anuênio para todos os trabalhadores. O grupo apontou a necessidade de intensificar a pressão no Congresso Nacional pela aprovação do projeto de lei nº 6.259/2005, que dispõe sobre isonomia nos bancos públicos federais.
No quesito contratação, a reivindicação é para a Caixa atingir o quanto antes o mínimo de 100 mil empregados, tendo em vista dois fatores: a substituição dos terceirizados e o aumento das demandas em razão da ampliação dos programas sociais do governo federal. Há o entendimento de que a adoção de uma política de contratação de pessoal tem estreita relação com condições dignas de trabalho, reforçando ainda o papel da Caixa como agente de políticas públicas, sem negligenciar as funções de banco comercial.
Saúde do Trabalhador, Saúde Caixa e condições de trabalho
O grupo de trabalho que discutiu saúde do trabalhador, Saúde Caixa e condições de trabalho reafirmou a urgente necessidade de ampliação dos serviços do Saúde Caixa e o melhoramento da sua rede credenciada e a criação de um programa de fornecimento de medicamentos com preços diferenciados, além da otimização da gestão do plano. A proposta é que sejam criadas estruturas específicas do Saúde Caixa, tendo no mínimo uma por estado e com representação nas Superintendências Regionais (SRs).
A pesada jornada de trabalho foi apontada pelos delegados como um dos elementos que mais impactam negativamente a saúde do trabalhador. O assédio moral, as metas abusivas e a pressão por produtividade foram apontados como sendo grandes problemas a serem combatidos para melhorar as condições de trabalho e trazer qualidade de vida aos empregados.
Uma proposta apontada para minimizar os efeitos da sobrecarga de trabalho na saúde do trabalhador é a contratação de mais bancários, visando atingir 100 mil empregados já. Até o final de 2012, a Caixa se comprometeu a chegar em 92 mil empregados, embora o governo já tenha autorizado contratações para alcançar o quadro de 99 mil trabalhadores. O que se percebe, no entanto, é que pelo ritmo de contratação não será atingido sequer os 92 mil firmados no acordo coletivo. Sem contar que pelo Programa de Apoio à Aposentadoria devem sair ainda entre 3 mil e 4 mil empregados.
Foi referendada mais uma vez a importância da destinação do superávit do Saúde Caixa para melhorias na cobertura de atendimento e na rede credenciada do plano. Nos últimos quatro anos, o Saúde Caixa tem apresentado superávit que supera os R$ 60 milhões, sendo R$ 20 milhões apenas a parte dos empregados, faltando os 70% da empresa.
Plínio Pavão, diretor da Contraf-CUT, que coordenou o grupo, destaca que "há um contrassenso na gestão deste recurso que precisa ser superado. Ao mesmo tempo em que há superávit de milhões de reais, empregados de todo o país sofrem com a má qualidade da rede credenciada. É importante que esse valor seja investido no plano".
Funcef
As discussões do grupo de trabalho que tratou do fundo de pensão indicaram que, a despeito das conquistas obtidas nos últimos 10 anos com a participação de representantes dos trabalhadores nos órgãos de gestão, há ainda muito que avançar em termos de segurança e equilíbrio aos planos de benefícios, respeito aos direitos dos participantes, melhoria dos benefícios e democratização.
A exigência de mais democracia relaciona-se, sobretudo, ao fim do voto de minerva nas instâncias de decisão (conselhos e diretoria). O movimento dos associados lutará tanto por ampliação das restrições estatutárias ao uso desse instrumento antidemocrático como também por mudança na Legislação, de forma a promover a sua completa extinção.
Entre as preocupações com o equilíbrio dos planos de benefícios, os associados destacam o forte crescimento do contencioso jurídico ações de cunha trabalhistas, especialmente as que tratam de CTVA, auxílio alimentação, cesta-alimentação, abono e horas extras. A reivindicação prevê a inclusão dessa rubrica como verba salarial para efeito de contribuição a todos os planos de benefícios da Funcef, assim como o repasse pela Caixa dos recursos necessários à cobertura de todos os custos impostos aos planos pelas ações judiciais.
Entre as proposições encaminhadas à plenária final do Conecef para deliberação estão também a conclusão do processo de incorporação do REB pelo Novo Plano, fim das discriminações aos participantes do REG/Replan não-saldado, justiça às mulheres pré-79 e composição dos órgãos de gestão da Funcef apenas por empregados da Caixa participantes da Fundação.
Representante no Conselho de Administração da Caixa e Segurança Bancária
O grupo discutiu a eleição do representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, prevista em lei e já regulamentada pelo governo. O banco está restringindo a participação dos trabalhadores, na medida em que está exigindo que o candidato seja no mínimo gestor há dois anos. Isso retira 90% dos empregos da disputa.
Também foi discutido o problema da segurança, um tema que está sendo abandonado pela Caixa. Os bancários defendem a urgente retomada dos modelos de agências seguras pela empresa e reivindicam a instalação de portas giratórias com detector de metais em todas as agências, colocação de divisórias entre os caixas, proibição de transporte de valores por bancários e o fim do atendimento de empregados no espaço dos caixas eletrônicos das agências.
Os empregados também querem ainda que a Caixa cumpra fielmente o plano de segurança, aprovado pela Polícia Federal, bem como a não abertura das agências, caso o plano não seja cumprido em sua totalidade.
O grupo ainda defendeu ainda o redirecionamento das Rerets (representação dos filiados de retaguarda) com no mínimo um tesoureiro e um supervisor por unidade.
(*) Renata Bessi, Antonio José e Evando
Fonte: Contraf-CUT