Após a abertura e o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, os funcionários do Banco do Brasil se dividiram em quatro grupos para debater as propostas vindas dos sindicatos e federações de todo o Brasil.
No grupo 1, a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cátia Uehara, apresentou o balanço do BB, com dados sobre o lucro e o número de demissões. “O que estão fazendo com o BB faz com que a população acredite que é melhor o banco ser privatizado. A reestruturação é muito ruim para funcionário, para os clientes e para o próprio banco”, disse a economista do Dieese, ao afirmar que o fechamento de agências do banco contribuiu para o aumento do número de municípios sem nenhuma agência bancária.
O coordenador do grupo 1, Pablo Diaz, secretário de Formação do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, destacou a importância dos debates em grupo para transformação das propostas de um caráter regional para nacional. “Os debates enriquecem as propostas. Conseguimos dar caráter nacional a propostas que chegam com visão apenas regional. Outras vezes, com uma simples mudança de redação alcançamos o consenso”, explicou Diaz.
O grupo 2 debateu sobre a “Digitalização – o banco do futuro e a precarização do emprego. A contribuição no grupo foi do técnico do Dieese, da subseção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Gustavo Machado, que fez uma apresentação sobre banco digital.
Para o coordenador do grupo 2, Carlos Eduardo Bezerra Marques, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, ficou claro que a digitalização é um caminho sem volta e o movimento sindical precisa encontrar uma forma de trabalhar com esta situação. “Depois de um debate muito qualificado, conseguimos construir uma proposta consensual em busca de avanços na luta contra a precarização do emprego, que pode vir com a digitalização do banco”, afirmou o coordenado do grupo 2.
O Grupo 3 debateu emprego, carreira e igualdade de oportunidades. Antes do início dos debates, a economista da subseção do Dieese, Barbara Vallejos, fez uma apresentação sobre igualdade de oportunidade. Os números deixam claro que há cortes de postos de trabalho no BB e a necessidade de aumentar a política de inclusão de mulheres, negros e PCDs.
“O grupo de trabalho discutiu a importância de debater o processo de ascensão dentro do banco, pois ele é injusto, sem transparência, no qual mulheres, negros e portadores de deficiência. Por tudo isso, discutimos ações para cobrar o banco para reverter esse processo”, contou o coordenador do grupo, Ernesto Izumi, secretário de Formação da Contraf-CUT. “Também discutimos a reestruturação do banco que prejudicou milhares de trabalhadores”, finalizou.
O grupo 4 abordou os temas terceirização, pejotização e os impactos no Banco do Brasil. A reunião começou com uma exposição sobre a reforma Trabalhista, apresentada pela economista Regina Camargos, do Dieese. “A aprovação da Lei da Terceirização eleva os riscos de precarização e rotatividade, e traz como conseqüência a excessiva fragmentação dos processos produtivos”, explicou.
A coordenadora do grupo de trabalho e dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Marianna Coelho, comentou a importância do encontro para os próximos passos na luta pelos direitos trabalhistas. “O momento exige uma mudança de estratégias e ao promover debates como esse, ganhamos força na luta contra o ataque aos bancos públicos e a precarização do trabalho”.
O 28º Congresso Nacional dos Funcionários do BB se encerra neste domingo (02), com a aprovação das propostas debatidas nos grupos.